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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

AMARELO... um pedaço do meu coração é seu!

Choveu muito naquele dia, era mês de novembro de 2008.
Já era final de tarde, o curso que eu estava fazendo no colégio tinha acabado, descia apressada porque a chuva tinha aumentado. Quando passei perto da igreja vi um cachorro, sujo, molhado até os ossos, machucado e com o olhar perdido no horizonte.
Chamei a mulher que limpava o pavilhão e pedi se fazia tempo que ele tava lá, ela me disse... ”não sei, mas desde que cheguei de manhã ele já estava aí, neste mesmo lugar...”
Compreendi... alguns animais quando são abandonados, são tão fiéis e confiam tanto no dono, que ficam no mesmo lugar por dias, por dois grandes motivos, obediência e esperança que voltem busca- los...
O que não sabem que seus ex- donos, grandes FDP’s. não voltarão mais...
Meu coração não me deixou pensar em nada... nem na falta de espaço lá em casa ou na fúria da minha mãe (ela sempre diz... ”tenho até medo de olhar fora da janela quando é hora da Mônica chegar, porque nunca sei o que  mais vai trazer pra casa...”)
Ele não queria vir, a mulher que conversei me arrumou um pedaço pequeno de borracha de câmara de carro, eu amarrei no pescoço dele, era curto, mas eu conseguia puxa- lo e com muito esforço e teimosia ele me seguiu, tadinho estava machucado e mancava de uma perna.
Amarrei na frente de casa, lá não era lugar de por um cachorro, mas não tinha outro espaço para abriga-lo da chuva.
Dei- lhe água e comida, devorou tudo. Ele era muito querido e manso, fiquei fazendo carinho e conversando um tempão com ele... e pela sua cor resolvi chama- lo de Amarelo!
Com o passar dos dias arranjei um tempinho, coisa que não era fácil pois trabalhava lecionando artes os três períodos na escola e coloquei ele numa casinha improvisada perto do nosso paiol, (nesta época estava com sete cães).
Amarelo, aos poucos se mostrava cada dia mais inteligente, descobri que ele obedecia algumas frases como: senta, deita e dê a pata... um sonho!
Como se alimentava bem, seu pêlo ficava cada dia mais lindo, brilhante, engordou e sarou todos os machucados, só então comecei a procurar casa...
Já estava comigo há meses, até que em maio de 2009, um aluno resolveu adota- lo. Seu pai veio buscar de carro, Amarelo era grande e foi atrás do porta malas... chorei muito, de tristeza... queria o Amarelo pra mim... (novidade... queria todos que recolho).
Fui visita- lo algumas vezes e sempre que eu o via meu coração se apertava.
Hoje ele não mora mais com meu aluno, eles deram pra um parente que tem sítio e pode deixa- lo solto.
Nunca mais o vi , mas sempre que olho suas fotos penso... ”um dia quando tiver um espaço maior e puder fazer minha ONG, pego você de volta pra mim meu querido, que por sua causa, meu coração tem um pedaço que é pintado de Amarelo!"

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