Total de visualizações de página

sábado, 19 de novembro de 2011

BLACK o cãozinho que chora.

Preto, Cheidi, Teco... ou sei lá quantos nomes já teve este pequeno... está perdidão por aqui faz tempo, mas para nós é o Black!
Desde que foi largado nas ruas, já passou por algumas casas, até que encontrou um senhor que o adotou e dizia gostar muito dele.
Mas viaja e ficava pouco por aqui. Um dia foi embora com sua família pra outra cidade.
Deixou uma senhora pra cuidar dele, mas como não queria ficar amarrado, ela soltou e ele voltou a vagar pelas ruas... e desde então, tem passado por nem tão poucas e boas assim!
Pegou espinho de ouriço duas vezes... eita teimoso, será que na primeira vez, não aprendeu que  aquela bolinha de espinhos, que parece legal de brincar, na verdade é um grande perigo?).
Mas entre pedradas e gritos que ganha gratuitamente por aí (sim, de graça mesmo, porque é um amorzinho, não merecia tanto desaforo), o pior que já lhe aconteceu foi ser atropelado...
O danado nunca ficou amarrado e quando a gente tentava prende- lo, ele gritava muito. É engraçado porque ele não acoa, uiva o tempo todo, o Gabi diz que ele parece a sirene do SAMU.
Era o primeiro sábado do mês de setembro deste ano, finalzinho de tarde, eu estava recolhendo a roupa quando ouvi os gritos dele, na hora não dei bola porque sei que ele acoa escandalosamente, mas logo a Niki e um senhor vieram com ele machucado, disse o homem que ele rolou muito embaixo do carro...
Quase tive um ataque histérico... ele gritava muito, estava com um corte no fucinho e perto da orelha, mas o que mais me apavarou é que saia muito sangue do pintinho dele.
Quero ser forte, mas não consigo e choro mesmo e não adianta brigar comigo, a pena e o desespero que sinto é maior do que meu bom senso.
O homem me contou que a mulher que atropelou, nem parou pra ver ele.
Tempos depois descobri, que ela falou que não parou porque não viu, ofuscada pelo sol da tarde... hunf... sol deixa surda também pelo jeito, porque será que não ouviu quando passou por cima dele?
Liguei desesperada pro Gabi, ele estava trabalhando em Pinheiro Preto (cidade próxima) e demorou um pouco para vir.
Ele me olhava desesperado e não tinha sossego, só que cada vez que se mexia gritava cada vez mais.
Quando o Gabi chegou, colocamos ele com muito custo no porta malas, ele de dor queria morder a gente e corremos pro veterinário.
Pra tirar ele do carro, o ajudante do veterinário teve que pegar focinheira. Black estava fraquinho mais ainda gritava muito, foi examinado e várias suspeitas: bexiga estourada ou outro órgão interno.
Deixei ele e meu coração lá, vim embora triste, ele é muito querido e manhoso, não era justo sofrer assim.
Ligava todo dia e ainda bem, não foi nenhum órgão estourado, apesar de medicado, gritava muito de dor, nada acalmava.
Pedi pro veterinário examinar os olhinhos dele, desde que o recolhi sempre estavam lacrimejando, eu achava que ele estava com alguma infecção, qual não foi minha surpresa, quando o veterinário me explicou que eram lagrimas sim, mas de choro, ele é uma cão manhoso e muito depressivo, tadinho!
Ele também é manhoso pra comer, não gosta de ração e a comida preferida é arroz fresquinho e carne, lá davam ração e ele ficou muito tempo quase sem comer, voltou magrinho.
Ficou uma semana internado, teve alta, fomos buscar, mas gritou tanto a noite inteira que no outro dia internamos ele de novo e ficou ao todo vinte dias na clínica.
O dia que ele voltou pra casa, no mesmo dia internei meu Miau ( que acabou falecendo com problema renal, ainda não me conformo).
Black ainda tomando remédio, chorou de dor por quase um mês, ainda hoje, conforme se mexe dá uns gritos que a gente até se assusta.
Como ele não se mexia muito, amarrei ele e por não conseguir andar direito acabou aceitando.
Hoje depois de muito sofrimento Black melhorou, está cada dia mais feliz... as vezes ainda chora de manhoso, mas faço um monte de carinho e logo passa e o melhor, aprendeu a ficar amarrado.
Por falta de espaço, fiz uma cama pra ele na garagem e como não gosta de vento, cubro com uma coberta presa em cadeiras, parece uma cabaninha de favelado, mas é lá que ele  fica quietinho a noite toda. 
De dia coloco ele embaixo de um pé de jasmim, com panos, água e comida, ele adora ficar lá, pode ver a rua e cada pessoa que passa ele liga a sirene avisando, o que gera uma confusão, pois toda vez que ele da sinal de alerta, os meus outros cães (quinze ao todo no momento), gritam muito e uivam também, é uma loucura, parece mesmo uma casa de loucos como diz minha mãe.
Dizem que um dia, o senhor que tinha adotado ele, vai voltar a morar aqui, mas mesmo que isso não vier acontecer, fico eu com este manhoso, depressivo, chorão, mais amado do mundo, que ainda por cima pensa que é a ambulância do SAMU!

Nenhum comentário:

Postar um comentário