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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quem assassinou o amado CABEÇÃO?

Cada vez que lembro a história deste cão, meu coração se enche de revolta...
Cabeção, foi o nome carinhoso que demos pra ele. Este amado apareceu nas ruas da minha cidade em julho de 2009, parecia bem cuidado, era bonito apesar da cabeça dele ser maior que o corpo, justificando aqui o nome...
Cuidei dele uns dias na rua, porque minha mãe tinha me proibido de recolher mais um... eita! 
Na sala de aula contei como ele era e uma aluna se ofereceu pra adota- lo, achei que tudo ia dar certo, mas o danadinho não ficava amarrado, uivava como louco e ela soltou.
Voltou a ficar abandonado.
Eu e a Nicole continuamos alimentando ele pelas ruas, íamos procura- lo de meio dia e a noite e quando o encontrávamos era aquela festa! 
De tanto pedir, achei casa de novo, mas foi a mesma história, uivava demais e foi novamente solto, aí voltava a vagar pelas ruas.
Sabia que no fundo ele queria era ficar comigo, mas minha mãe não cedia... ”Mais um cachorro? Você tá ficando louca? Tá achando que minha casa é depósito de cachorro? Se entrar mais um quem sai é você...”  e por aí iam as brigas...
Neste meio tempo que ele estava nas ruas internei ele três vezes. 
Na primeira vez encontramos ele com a cara forrada de espinho de ouriço, levamos no veterinário quase meia noite, ficou um dia internado, mas quando fomos buscar, infelizmente voltou pra rua.
Na segunda vez, estava mal e não conseguia fazer cocô, levamos de novo, teve alta, novamente voltou pras ruas.
Na terceira vez que internamos (em março de 2010), ele quase morreu, tinha febre, infecção intestinal, apesar de alimentarmos ele, não conseguia evitar que ele comesse porcaria por aí e tinha o corpo com um monte de tiro de chumbinho.
Ele andava pela cidade inteira, era tão manso que uns idiotas roubavam até as coleiras que colocava nele... e isso já acontecia a quase um ano, não sei como ainda estava vivo... enfim, nesta última internação ficou lá dois dias e quando voltou estava ainda muito fraquinho.
Mais uma vez implorei pra minha mãe e prometi, que se ela deixasse ele ficar, assim que melhorasse eu soltaria ele, pra meu sossego  finalmente ela cedeu (mal sabia ela que eu e a Niki já estávamos decididas a adotar ele de vez.)
Mas ainda  tinha o problema de não ficar amarrado, prendi ele perto da porta da minha casa, pra ele me ver sempre, ali ele chorava menos. 
Soltava três vezes por dia pra fazer cocô e xixi, mas para voltar tínhamos que buscar toda vez e quando o encontrávamos ele ficava tão feliz... sentia o quanto eu e minha filha o amávamos e sabia retribuir, fazendo aquela festa como quem diz: "Esperei aqui porque eu tinha certeza que vocês viriam me buscar..."  
Vinha acompanhando a gente pela estrada toda e era uma graça ver ele andar se equilibrando, (rebolando aquele bundão com o rabinho pitoco mais fofinho do mundo), pelos contornos dos canteiros que ficam no centro das ruas... 
Ele era muito esperto e se tinha uma coisa que ele sabia fazer, era se cuidar nas ruas, andava do ladinho ou nos canteiros e sempre olhava atento os dois lados da rua para atravessar, ele era muito querido e inteligente mesmo! 
Infelizmente ficou só três dias morando aqui, ainda estava tomando remédio e com os pontinhos na perna aonde foi tirado os chumbinhos, quando apareceu um circo na cidade, com uma cadelinha no cio. Eu não sabia e soltei pra fazer xixi, ele sumiu, eu e a Nicole procuramos a noite durante horas e nada do danadinho.
Fomos dormir tristes e preocupadas, pois já tinha passado a hora do remédio. 
De manhã o Gabriel encontrou ele morto perto da avenida, pensamos que tinha sido atropelado... ninguém é capaz de imaginar o quanto eu e a Niki sofremos, ainda mais quando vimos que ele foi morto a tiro.
Fui na delegacia, fiz denúncia, BO, armei o maior escândalo, veio ate um policial tirar foto dele morto, pra deixar junto com o processo (tenho a cópia delas guardadas mas evito olhar) enfim, pedi pra todos perto do local aonde achamos o corpo dele e dois nomes foram citados como suspeitos, mas nada foi feito... falta de provas... que ódio!
Por tanto tempo cuidamos dele, pra ter um fim tão triste... não consigo me conformar, como puderam fazer isso com aquele amadinho?
Enterramos ele aqui e sempre que passo no local choro e fico pensando... ”Ô Cabeção, que jeito torto você achou de ficar pra sempre na minha casa, pertinho da gente...”!

4 comentários:

  1. dói o coração da gente.sangra.Môni, mulher forte, mulher guerreira.te adoro.

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    1. Sandra querida... ele era muito especial mesmo... sofro ate hoje a falta dele!!! bjo

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