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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um segredo chamado GUBI (parte I)

Minha filha Nicole veio de um jeito “torto” pra endireitar ainda mais a minha vida!
Na época (1996) quando engravidei, fiquei famosa, pois fui mais comentada que a cantora norte- americana Madonna (que também engravidou na mesma época)... imagine, mãe solteira em cidade pequena...
Mas depois do susto, o amor maternal falou mais alto, deixei de lado essas pequenas coisas, que só gente de mente e coração igualmente pequenos conseguem fazer e passei a viver intensamente cada instante da gravidez.
Era tanto amor que não cabia em mim, conversava tanto com ela ainda na minha barriga, que nem tinha nascido já conhecia todo o mundo que eu vivia.
Sentava horas nos degraus da escada, explicado pra ela como era nossa casa, seu pai, seus avós, tios, primos e principalmente sua priminha, que viria a se tornar sua melhor amiga, a fofa da Maria Isabel.
Detalhava cada bichinho que eu conhecia, não só os de casa, mas os do mundo todo, sua espécie, habitat, até das pintinhas da joaninha eu lhe contava.
E foi desta forma, eu acho, que já nasceu sendo mais que minha filha, mas minha companheirinha, melhor amiga e acima de tudo, minha ajudante voluntária incondicional, nesta luta diária em ajudar os animais.
Quando completou dois anos e meio, passávamos horas, durante a noite, cochichando nosso maior segredinho na época, (ela sempre foi a maior guardadora de segredos que conheço), ter mais um cãozinho em casa. 
Minha mãe não poderia nem sonhar com isso, já tínhamos combinado que ela só saberia quando ele chegasse, de outra forma nossa vida seria um inferno e com certeza nem teria graça esperar tanto por ele.
Nesta época tínhamos o fofo do cão Bumper (contarei a história dele outro dia), mas quando ela nasceu, ele já era adulto e não tinha paciência com crianças. Niki nunca pode brincar muito com ele ou pegar no colo, o danadinho deixava com muito custo passar de leve a mão na cabeça!
Então decidi que quando pegasse férias (na época trabalhava o dia todo na creche na cidade de Videira) eu arrumaria um cãozinho filhotinho pra ela.
Parece mentira, mas naquele tempo era difícil ver cão abandonado, (tinha muitos sofrendo por aí, mas porque seus donos não cuidavam direito) e pra adotar um precisei me informar muito onde conseguir.
Por acaso fiquei sabendo que a cadela de uma amiga, que morava em Videira, ia ter filhotinhos, pedi pra ela segurar um pra mim.
Era preciso esperar nascer e desmamar e isso ia demorar um pouco, mas foi até bom, porque eu precisava estar em casa, pra cuidar dele e nas minhas férias seria a época certa de adota-lo.
O assunto cão era sagrado todas as noites, ficávamos  imaginado, sua cor, carinha, olhinhos, o tipo do pêlo, mas de uma coisa já tínhamos certeza: Gubi seria seu nome e foi a Nicole quem escolheu.
No meu ultimo dia de trabalho, saí da creche e comprei uma coleirinha linda, potes e papel de presente.  Peguei a lotação ate a casa da minha amiga.
Ainda não conhecia o fofinho e segundo ela os mais bonitos já tinham sido adotados.
Quando o vi tentei imaginar os outros, porque ele era simplesmente lindo e muito amadinho.
Era pequeninho e gordinho, todo preto com o pelo crespinho. A única coisa estranha é que tinha uma orelha em pé e a outra caída, minha amiga explicou que foi porque seu pai deu uma chinelada nele e “quebrou” uma orelhinha, tadinho tão bebê e já apanhando... eita que ódio do pai dela.
Enfeitamos uma caixa com o papel de presente, coloquei a coleirinha nele e “empacotamos” o lindinho.
Voltei de ônibus, toda disfarçada, pois é proibido entrar com animais. Ele veio quietinho, acho até que dormiu.
Não via a hora de chegar em casa. A Nicole já sabia que aquele dia ele viria e se eu estava ansiosa pelo encontro dos dois, imagine ela.
A Niki e a Bel estavam lá fora com minha mãe, quando me viram, vieram correndo me encontrar.
Parece que vejo os olhinhos azuis dela, brilhando como nunca quando falou: “Mãe você trouxe o nosso segredo?”
“Ô amada da mãe, acredita que a minha amiga deu todos? Mas pra você não ficar triste, eu te trouxe uma caixa cheinha de chocolate...”
Me arrependi na hora da brincadeira, vi a felicidade sumir dos olhos dela, coloquei a caixa no chão e disse: “Vem... pede pra Bel ajudar você abrir”
Ela veio toda tristinha abrir a caixa, a Bel faceira ajudando... imagine uma caixona cheia de chocolates.
Quando abriram foi muito engraçado de ver a reação das três... a Bel ficou um pouco decepcionada porque queria chocolate, minha mãe quase enfartou e saiu berrando e me xingando, mas ver a alegria da Nicole beijar e abraçar aquele que seria pra sempre seu bichinho preferido, não tem preço, afinal o Gubi é com certeza, até hoje o segredo mais fofo que já tivemos em nossas vidas!

2 comentários:

  1. Mônica.. você é incrível! Aposto que todas as garotinhas do mundo gostariam de ter uma mãezinha como você. Eu te admiro, te respeito e adoro demais!
    Parabéns pela filhota linda que você tem (e que é minha sobrinha "torta", que eu amo!).. e parabéns pelo amor que você também tem pelos animais. Você é um exemplo de vida para muitos!
    Beijos

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    1. Gio amada da minha vida...ter você de melhor amiga de infância, juventude e futura "melhor idade" é maravilhoso!!
      Obrigada pelas palavras lindas pra mim e a Niki, vindo de você sei o quanto são verdadeiras!
      bjo *-*

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