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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LOFI chegou para conquistar (Parte I)

O gato Lofi entrou no momento mais triste de nossas vidas, quando meu pai estava começando a sair dela!
Nossa família sempre foi muito unida e caseira. A falta de dinheiro sempre impediu de fazermos a tão sonhada viagem de férias, mas isso nunca foi motivo pra nos entristecermos, pois só o fato de estarmos juntos bastava!
Nem sei definir o desespero que sentimos, quando em 2004, meu pai foi diagnosticado com câncer. Esta maldita doença que, na minha opinião, não só destrói órgãos, o corpo, mas a esperança pela vida...
As viagens constantes de meus pais à Curitiba para tentar tratar a “maldita”, obrigou a gente a ter que se virar sem eles por perto.
A Nicole então com sete anos, era uma das que mais sentia a falta deles, meu pai a amava muito e lhe fazia todas as vontades. Ele não era só avô, mas um pai presente, coisa que ela nunca teve.
Nossa rotina na época era, acordar cedo, levar a Nicole na minha irmã, pegar o ônibus para Videira e ficar na creche o dia todo, enquanto ela na parte da tarde ia para o colégio. Na sexta a noite e sábado o dia todo ficava na minha irmã, porque eu fazia faculdade em Caçador.
Durante a semana, chegávamos em casa quase juntas e ver ela fechada dava um aperto no coração...
Então à noite eu sempre procurava brincar muito e dar toda atenção do mundo pra minha menininha.
Muitas vezes, na hora de dormir dizia: “Mãe vamos ficar em casa amanhã, não quero que você vá na creche e não quero ir na escola...”
Meu coração ficava pequenininho nessas horas... nem sei quantas vezes esperei ela dormir pra poder chorar, por ter que ficar longe dela o dia todo num momento como aquele, por ficar longe dos meus pais e saber o que  ele estava passando entre as varias operações e quimioterapias que fez... (minha mãe sempre conta do quanto que ele também chorava por ficar longe da gente...)
Quando podia levava ela comigo na creche (mas infelizmente não podia fazer isso com freqüência pra ela não perder aula).
Nossa, esses dias eram pra nós preciosos, pois podíamos ficar juntinhas o dia inteiro. E foi num desses dias que vimos o Lofi pela primeira vez...
Minha colega saia um pouco antes que eu do serviço e convidou a Nicole pra ir até a casa dela, ver uns gatinhos que tinha ganhado.
Quando saí da creche, passei em sua casa pra pegar a Nicole e qual não foi minha surpresa ao ver ela me esperando com um gatinho pequeninho e muito fofo, numa caixinha... minha amiga tinha dado um pra ela.
Seus olhinhos brilhavam tanto de felicidade que eu não consegui segurar as lagrimas...”Mãe olha que lindo o que eu ganhei!”
Como sempre, nem pensei na reação da minha mãe, que estava em Curitiba com meu pai.
Na estrada, parecíamos duas bobinhas, rindo á toa, só imaginando chegar em casa e brincar, beijar, ninar aquela bolinha de pêlos.
No ônibus ela lembrou que ainda não tínhamos dado um nome pra ele, pensamos em vários, até que não sei de onde, ela disse: “LOFI seria legal né mãe”. E assim o batizamos.
Em casa, logo que chegamos, pegamos ele com todo o carinho e fomos apresenta- lo ao Gubi, afinal seriam “futuramente” grandes amigos, porque na hora Gubi não gostou nem um pouco da ideia de dividir a atenção da gente, com aquela coisinha estranha.
A primeira noite de Lofi em casa foi emocionante, nem queríamos ir dormir, só pra ficar brincando com ele.
Arrumamos uma cestinha, uma cobertinha e colocamos ele ao lado da nossa cama. Apesar de toda tristeza que sentíamos, naquela noite dormimos com uma nova alegria no coração!
Mas esse foi só o início de uma linda e triste história...

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