Eram três menininhas desesperadas, chorando pelas
ruas, sem entender o porquê, naquela manhã do mês de setembro de 2011, foram
jogadas fora de um carro vermelho, numa estrada de chão, logo acima da minha
casa...
Pra minha surpresa, foi minha mãe quem as viu e com pena
das três pequeninhas, correndo como loucas extraviadas, me chamou pra ver... meu coração
partiu quando vi aquelas criaturinhas tão frágeis, recém desmamadas, uma delas
mancando. Quando tentei me aproximar a pretinha ficou na frente das irmãzinhas
e rosnava para protegê-las.
Com muito cuidado para não atravessarem a rua
novamente peguei elas e coloquei dentro do pátio da minha casa.
Estavam magrinhas, mas com barrigona de verme e
infestadas de pulgas... mas mesmo assim lindas, meigas e o charme era que as
três tinham o rabinho pitoco.
Mas logo notei algo errado, duas não comiam direito
e faziam cocô com sangue, liguei pro veterinário e ele mandou levar elas
imediatamente, pedi ajuda pra minha amiga que vende jóias e adora animais, que
prontamente veio pra internarmos as queridinhas... tarde da noite a que parecia
estar bem, começou a ter os mesmos sintomas, então eu e o Gabi levamos internar
também.
Lá o veterinário me disse que era parvovirose e
que não sabia se sobreviveriam.
Vim embora muito triste e todos os dias ligava pra
saber das pequeninhas.
Enquanto elas lutavam pra sobreviver na clínica,
fiquei sabendo através de um senhor que o “suposto suspeito” de ter jogado elas (que estavam dentro de uma bolsa
de ração aberta), “poderia” ser um cara que tem agropecuária em outro município
e que estas pequenas, segundo ele, “pareciam ser" as mesmas que estavam (um dia
antes de serem abandonadas aqui), dentro de gaiolas de adoção... mas como disse,
infelizmente nada de concreto foi provado... o que é uma pena porque a décadas
quero pegar alguém abandonando para processar e não consigo... eita!
E descobri também que uma mancava da patinha
traseira, porque logo que foram jogadas, um carro passou em seguida e não vendo,
sem querer, atropelou uma delas!
Tentei de tudo, mas não consegui provas sufientes,
quem viu “só achava” que era o tal cara e nem foto do flagrante a gente tinha,
acabou ficando o dito pelo não dito... o que agora me faz ter receio de algumas agropecuárias que tem gaiolas pra adoção...e me
faz pensar: “O que é feito com os animais SRD que são postos em gaiolinhas pra adoção
gratuita quando ninguém adota ?!?”...
Dias depois, duas tem alta e o próprio veterinário,
como estava vindo pra Iomerê, gentilmente trouxe elas de volta pra mim... mas a
“pretinha-valente” ainda estava entre a vida e a morte, pra minha tristeza dias
depois infelizmente morreu... (quando penso nela choro, tão pequenina e corajosa)...
merecia mais uma chance neste mundo...
Ficando então duas irmãzinhas apenas, mas muito
unidas, (se uma se perdia da outra no pátio choravam e quando se encontravam
era só alegria)... dividiam o gramado com os três filhos da Penélope e do Crock
(que são nossos e nunca estiveram pra adoção) e brincavam incansavelmente o dia
inteiro.
Ainda não tinha escolhido seus nomes, quando fui assistir
uma peça de teatro na cidade de Joaçaba, de um ex- aluno que admiro muito, (a peça que preparou para a conclusão de curso de teatro) que contava a historia
de uma estilista de nome Zuzu Angel, me emocionei tanto que não tive
duvidas... as pequenas irmãzinhas iriam se chamar ZUZU e ANGEL em homenagem a
este meu ex- aluno e grande amigo.
Elas viviam aqui tranqüilas a espera de adoção e
amavam morar na minha casa... nunca me canso de dizer que se pudesse ficaria
com todos e colocar elas pra adoção me cortava o coração... como eram muito
unidas rezava a São Francisco que aparecesse uma alma generosa e adotasse as
duas, para que não sofressem sendo separadas...
Mas a “paz” delas terminou quando recolhi mais dois
filhotes abandonados, muito malandrinhos, recém desmamados, mas de raça grande e que por
falta de espaço, precisei colocar na baia delas (de dia os três filhotes nossos, elas duas e os novos filhotes ficavam soltos no pátio cercado, mas a
noite prendia eles nas duas baias prontas do canil).
Apesar de triste era engraçado, na hora de pegar
eles pra fechar no canil, Zuzu e Angel (principalmente a Angel que era a mais baixinha e
gordinha) se escondia pelos cantos, porque não queria ir dormir com os outros
dois filhotes... era um custo pegar ela ... também vê se pode, os dois em vez
de ficarem na caixa de panos que coloquei pra eles, se enfiavam na casinha
delas e a discussão de quem eram os verdadeiros proprietários do imóvel ia longe...
No inicio de janeiro, veio ate minha casa uma
família que tinha morado um tempo aqui no município, não fazia muitos meses, tinham se mudado para um sítio em Luzerna. Eles estavam a procura de um cãozinho,
quando mostrei as duas pequenas, seus filhos (que foram meus alunos) se apaixonaram
e decidiram que no sábado de manhã cedinho passariam aqui na minha casa, para
levarem as duas...
Nessas horas na minha cabeça e no meu coração é uma
mistura muito grande de sentimentos contraditórios... alívio por ter encontrado
um bom lar pras duas, tristeza de ver elas indo embora e ter que conviver só
com as lembranças e saudades, impressão de estar traindo o amor e confiança que
depositaram em mim deixando elas partirem, misturado com a sensação do dever
cumprido, afinal, fiz do meu lar uma casa- de- passagem... e pra extravasar
tudo isso choro muito... isso acontece
todas as vezes que um vai embora... juro que não queria amar todos tanto... mas
meu coração foi sempre assim e creio que nesta altura da minha vida não vai
mais mudar...
No sábado de manhã já tínhamos compromisso, levar
um dos filhotes (que dividiam a baia com Zuzu e Angel) para um bairro em Videira (quem adotou foi o marido de uma ex-aluna minha), portanto, acabei não
vendo minhas princesinhas partindo, minha mãe que as entregou (por um lado foi
melhor, acho que ficaria no mínimo constrangedor entregar elas chorando desesperada)
eu simplesmente tinha me apaixonado perdidamente por elas...
Agora, depois de meses, ainda parece que ouço seus latidos,
sinto muita falta do cheirinho e as lambidinhas que me davam quando pegava elas
no colo e quando olho em direção ao canil ainda vejo suas carinhas me olhando
tristes e impacientes através da tela, esperando eu abrir logo a porta, para correrem felizes pela grama...
A História do Lofi, é a minha preferida...
ResponderExcluirSinto muita falta de vocês ♥
A minha também... e a mais triste...também sentimos muita falta de vc minha pequeninha do ♥... AMO VC*-*
ExcluirDesejo que vc sempre encontre alguem com o coracao bom em tua jornada e que tua meta de que todo animal merece segunda chance pois todos tem direito a vida seja compartilhada pelos que tem compaixao por eles.
ExcluirQuerida amiga Eliane... obrigada pelas lindas palavras, defendo e vou sempre defender pra sempre, com toda força do meu amor esses seres maravilhosos chamados ANIMAIS ♥ Bjo *---*
ExcluirUns amore, fazendo parte da nossa familia agora,
ResponderExcluire como prometemos, um dia levaremos elas pra vc matar a saudade!!! s2
Minha flor... é tão bom saber o qto elas são amadas por vcs, essas duas cadelinhas marcaram muito a minha vida, AMO elas ♥ bjo *---*
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