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sábado, 7 de abril de 2012

MAX o cão com lábio leporino (Parte II)

As historias de minha vida (que são tantas), envolvendo animais, sempre me fazem chorar... umas por pura alegria, outras por imensa tristeza e outras por tamanha indignação, como esta do cão Max, que é impossível não guardar rancor em meu coração!
Ouvir minha mãe relatar, o que de fato aconteceu com ele, me fez ter mais certeza ainda, da falta de amor e respeito que alguns seres humanos sentem pelos animais.
Contou minha mãe pra mim: “ Era ainda cedo (antes do meio dia), meus pais tiveram a (infeliz) idéia de ligar pra veterinária, (que na época trabalhava na prefeitura do meu município e atendia animais como porco, vaca, etc)  pra ver se ela conhecia seu dono, ou talvez, poderia ajudar achar casa pra ele,  já que conhecia toda a região.
A “bonita” (pra não dizer outra coisa) mesmo não concordando muito (segundo ela, não era sua area animais como cães e gatos) ,veio dar uma olhada e ficou assustada vendo ele, não quis nem chegar muito perto e disse: “Tenho certeza que ele não é de ninguém daqui, mas pelas atitudes dele, é agressivo”! 
Que ódio... sempre me questiono: “De que atitude ela estava se referindo? Seus dentes a mostra? Será que ela não percebeu que ele não rosnava, abanava o rabo e tinha um olhar carinhoso? Céus que raios de veterinária era ela?
Ela então, simplesmente entrou no carro e foi embora.
Meu pai, pediu pra mãe que fizesse uma polentona pra ele, que aquelas alturas deveria estar morto de fome e foi encher a bacia de água que tinha posto e que ele tinha virado de novo, enquanto minha mãe fazia uma panelada de polenta pro grandão.
Era então, logo depois do meio dia, a polenta já tinha esfriado, minha mãe colocou em uma panela velha e meu pai estava levando pra ele, que faceiro pulava como doido, porque sabia que ia comer, quando estacionam em frente a nossa casa, o carro com a veterinária e uma viatura com um policial (que não era o meu amigo que tinha prendido o cão, na noite anterior).
Ela  pediu que meu pai se afastasse dele e simplesmente comunicou que iriam sacrificar o cão, porque ele não era de ninguém conhecido e era uma ameaça pra sociedade.
O policial deu dois ou três tiros na cabeça dele e foram embora, deixando ele lá, morto covardemente, ao lado de uma panela de polenta que nem chegou a comer.
Ouvindo minha mãe eu chorava e aos berros pedia PORQUE eles não fizeram nada pra impedir? Ela me respondeu: “A gente ficou sentido, seu pai triste ate disse que não precisava ter sido assim, mas como ir contra a ordem da veterinária e um policial? Se ela achou melhor assim é porque sabe o que está fazendo!”
Que ódio, que raiva, que revolta eu sentia (e sinto até hoje)
Com que DIREITO ela ordena tamanha crueldade? Como podia afirmar que ele não era de ninguém se ele tinha coleira e corrente?
Quando minha mãe acabou de contar toda a historia, levantei dizendo que ia ligar pra delegacia denunciar ela, meus pais ficaram loucos da vida, me mandaram calar a boca, onde se viu denunciar uma veterinária  e um policial? A única coisa que eu iria ganhar com isso era uma “baita dor de cabeça” e uma enorme confusão... eu teimando dizia que ia denunciar ate no jornal de Videira...
Céééus.. eles brigaram tanto comigo naquele dia, que meu pai ate chorou e desfigurada, por respeito ao meu pai e receio pela minha mãe (quando ela fica furiosa “sai de perto”) prometi que não iria fazer a denuncia.
Fui la fora ver ele pela ultima vez... meu coração apertava sabendo que morreu com fome e eu sem poder fazer nada...
Meu irmão tinha chegado, ele e meu pai estavam procurando uma lona pra enrola- lo e tirar o corpo dali antes que chegasse a Nicole da aula (minha mãe tinha combinado com minha irmã, que era pra pegar a Nicole na escola e segurar ela, ate a chegada do meu irmão, pra ajudar meu pai a tirar ele de lá.)
Enrolaram seu enorme corpo numa lona preta, colocaram em cima de uma cariola e deixaram perto da rua, ao lado da cesta de lixo.
Minha mãe lavou o cimento, ao lado da parabólica que estava sujo de sangue e quando a Nicole e a minha sobrinha Maria Isabel chegaram, meus pais contaram (porque eu nem tive coragem de falar com elas sobre isso) que ele tinha fugido e provavelmente voltou pra sua casa.
Elas coitadinhas, ficaram felizes, porque ele ia ver seu dono de novo.
A Nicole, quando me viu pediu porque eu estava chorando, eu peguei ela no colo, abracei com tanto amor e saudade e disse: “Dor de cabeça minha vida, mas já vai passar”!
No final de semana, quando estava dentro da lotação, pra ir pra faculdade em Caçador, assim que minha amiga entrou, eu desandei a contar a historia e chorar, conforme ia contando, por uma incrível coincidência do destino, uma mulher que mora em Videira, que também fazia faculdade de artes (e diga-se de passagem, pinta quadros lindamente) olhou muito triste para mim e falou: "Mônica, eu não acredito que mataram o Max"!
Eu não acreditava no que estava ouvindo... alguem que eu nunca imaginaria, sabia quem era o cão que foi assassinado em minha casa... 
Mas esta historia não acaba por aqui, relembrando fico a pensar... como pode um cão, passar somente algumas horas com você e envolver tanta gente e tamanha tristeza? 

2 comentários:

  1. Cada palavra que li foi uma tortura, como pode alguem ter estudado anos para salvar a vida de animais venha a tira-la de uma forma tao cruel e sem compaixao??Sinto vergonha em saber que o cao como melhor amigo do homem, seja o homem o PIOR amigo do cao.

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    1. Concordo com tudo que escreveu... sinto uma imensa tristeza ao relembrar desta historia e é bem verdade a frase que diz...quanto mais conheço as pessoas, mais amo os animais!!!

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