As
historias de minha vida (que são tantas), envolvendo animais, sempre me fazem
chorar... umas por pura alegria, outras por
imensa tristeza e outras por tamanha indignação, como esta do cão Max, que é
impossível não guardar rancor em meu coração!
Ouvir minha mãe relatar, o que de fato aconteceu com
ele, me fez ter mais certeza ainda, da falta de amor e respeito que alguns seres
humanos sentem pelos animais.
Contou minha mãe pra mim: “ Era ainda cedo (antes
do meio dia), meus pais tiveram a (infeliz) idéia de ligar pra veterinária, (que
na época trabalhava na prefeitura do meu município e atendia animais como porco,
vaca, etc) pra ver se ela conhecia seu
dono, ou talvez, poderia ajudar achar casa pra ele, já que conhecia toda a região.
A “bonita” (pra não dizer outra coisa) mesmo não
concordando muito (segundo ela, não era sua area animais como cães e gatos) ,veio
dar uma olhada e ficou assustada vendo ele, não quis nem chegar muito
perto e disse: “Tenho certeza que ele não é de ninguém daqui, mas pelas
atitudes dele, é agressivo”!
Que ódio... sempre me questiono: “De que atitude
ela estava se referindo? Seus dentes a mostra? Será que ela não percebeu que
ele não rosnava, abanava o rabo e tinha um olhar carinhoso? Céus que raios
de veterinária era ela?
Ela então, simplesmente entrou no carro e foi
embora.
Meu pai, pediu pra mãe que fizesse uma
polentona pra ele, que aquelas alturas deveria estar morto de fome e foi encher a bacia de água que tinha posto e que ele tinha virado de novo, enquanto minha mãe fazia uma panelada de
polenta pro grandão.
Era então, logo depois do meio dia, a polenta já
tinha esfriado, minha mãe colocou em uma panela velha e meu pai estava levando
pra ele, que faceiro pulava como doido, porque sabia que ia comer, quando estacionam em frente a nossa casa, o carro com a veterinária e uma viatura com um policial (que
não era o meu amigo que tinha prendido o cão, na noite anterior).
Ela pediu que meu
pai se afastasse dele e simplesmente comunicou que iriam sacrificar o cão,
porque ele não era de ninguém conhecido e era uma ameaça pra sociedade.
O policial deu dois ou três tiros na cabeça dele e
foram embora, deixando ele lá, morto covardemente, ao lado de uma panela de
polenta que nem chegou a comer.
Ouvindo minha mãe eu chorava e aos berros pedia PORQUE eles não fizeram nada pra impedir? Ela me respondeu: “A gente ficou
sentido, seu pai triste ate disse que não precisava ter sido assim, mas como ir
contra a ordem da veterinária e um policial? Se ela achou melhor assim é porque
sabe o que está fazendo!”
Que ódio, que raiva, que revolta eu sentia (e sinto
até hoje)
Com que DIREITO ela ordena tamanha crueldade? Como
podia afirmar que ele não era de ninguém se ele tinha coleira e corrente?
Quando minha mãe acabou de contar toda a historia,
levantei dizendo que ia ligar pra delegacia denunciar ela, meus pais ficaram
loucos da vida, me mandaram calar a boca, onde se viu denunciar uma veterinária
e um policial? A única coisa que eu iria
ganhar com isso era uma “baita dor de cabeça” e uma enorme confusão... eu
teimando dizia que ia denunciar ate no jornal de Videira...
Céééus.. eles brigaram tanto comigo naquele dia, que
meu pai ate chorou e desfigurada, por respeito ao meu pai e receio pela minha
mãe (quando ela fica furiosa “sai de perto”) prometi que não iria fazer a
denuncia.
Fui la fora ver ele pela ultima vez... meu coração apertava sabendo que morreu com fome e eu sem poder fazer nada...
Meu irmão tinha chegado, ele e meu pai estavam procurando uma lona pra enrola- lo e tirar o corpo dali antes que chegasse a Nicole da aula (minha mãe tinha combinado com minha irmã, que era pra pegar a Nicole na escola e segurar ela, ate a chegada do meu irmão, pra ajudar meu pai a tirar ele de lá.)
Meu irmão tinha chegado, ele e meu pai estavam procurando uma lona pra enrola- lo e tirar o corpo dali antes que chegasse a Nicole da aula (minha mãe tinha combinado com minha irmã, que era pra pegar a Nicole na escola e segurar ela, ate a chegada do meu irmão, pra ajudar meu pai a tirar ele de lá.)
Enrolaram seu enorme corpo numa lona preta,
colocaram em cima de uma cariola e deixaram perto da rua, ao lado da cesta de
lixo.
Minha mãe lavou o cimento, ao lado da parabólica que
estava sujo de sangue e quando a Nicole e a minha sobrinha Maria Isabel chegaram, meus pais contaram (porque eu nem tive
coragem de falar com elas sobre isso) que ele tinha fugido e provavelmente voltou pra sua casa.
Elas coitadinhas, ficaram felizes, porque ele ia
ver seu dono de novo.
A Nicole, quando me viu pediu porque eu estava
chorando, eu peguei ela no colo, abracei com tanto amor e saudade e disse: “Dor
de cabeça minha vida, mas já vai passar”!
No final de semana, quando estava dentro da lotação, pra ir pra faculdade em Caçador, assim que minha amiga entrou, eu desandei a contar a historia e chorar, conforme ia contando, por uma incrível coincidência do destino, uma mulher que mora em Videira, que também fazia faculdade de artes (e diga-se de passagem, pinta quadros lindamente) olhou muito triste para mim e falou: "Mônica, eu não acredito que mataram o Max"!
Eu não acreditava no que estava ouvindo... alguem que eu nunca imaginaria, sabia quem era o cão que foi assassinado em minha casa...
Cada palavra que li foi uma tortura, como pode alguem ter estudado anos para salvar a vida de animais venha a tira-la de uma forma tao cruel e sem compaixao??Sinto vergonha em saber que o cao como melhor amigo do homem, seja o homem o PIOR amigo do cao.
ResponderExcluirConcordo com tudo que escreveu... sinto uma imensa tristeza ao relembrar desta historia e é bem verdade a frase que diz...quanto mais conheço as pessoas, mais amo os animais!!!
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