Quando "por ventura", no final deste mês de março de
2012, chegou até minhas mãos, a cópia da lista do abaixo - assinado, (pra acabar
com minha casa- de- passagem), movida por um casal de vizinhos maldosos, que não
gostam de bichos e mesmo cientes do meu trabalho voluntário em relação a
animais abandonados, compraram um lote, localizado exatamente no meio da quadra
em que vivo, desde que nasci.
Analisando a caluniosa lista, com trinta
assinaturas (fiz questão de contar), onde a maioria nem meus vizinhos são, uma delas me
fez recordar a triste historia de um cão.
Foi no ano de 2003, em uma noite chuvosa que ele do
nada apareceu, causando muita confusão em minha casa.
Gubi dormia aconchegado na sua casinha, protegido
da chuva, quando um cão enorme, com coleira e uma corrente arrastando, entrou
no nosso pátio. Gubi mesmo pequeno, não se intimidou e partiu para a briga,
defendendo seu território.
Da cozinha ouvimos a algazarra, meu pai saiu
correndo pra ver o que estava acontecendo e acabou entrando assustado, com o tamanho do cachorro que Gubi estava enfrentando.
Jogando água, conseguiu separar a briga e tratou de
trancar Gubi num velho paiol, que tinha na minha casa.
O cão corria pelas ruas de um lado para outro,
totalmente perdido coitadinho. Era um Boxer, muito bonito, forte, bem cuidado.
Mas seu fuço era estranho, seus dentes ficavam
totalmente a mostra o tempo todo, o que mesmo não sendo, lhe dava uma aparência
de ser agressivo.
Na hora, não sabia exatamente o que fazer, queria
cuidar dele, mas achei que sozinha não conseguiria. Resolvi então ligar a um amigo, que na época era policial, pra me ajudar a pegar o cão.
Contei a situação, ele prontamente me
atendeu e não demorou chegou a minha casa.
O cão todo faceiro foi ao encontro dele e eu não
consegui evitar o riso ao ver a cena: Assim que desceu da viatura, o Boxer correndo, pulou em seu peito, meu amigo é baixinho e o cão ficou mais alto que ele (mesmo
jurando que não, tenho certeza que na hora meu amigo “gelou” mesmo).
O policial conversou com ele e pegando a ponta da
corrente, o prendeu na antena parabólica que fica na frente da nossa casa.
Decidi mesmo com minha família contra, que ele
ficaria ali ate eu localizar seu dono ou achar um lar pra ele. Meus pais na
hora não queriam, mas depois concordaram de deixar ele preso lá.
A Nicole, depois do susto e o medo que sentiu ao ouvi- lo brigando, com nosso amadinho Gubi, ficava na janela olhando pra
ele... na verdade ficamos um tempão como duas bobas admirando e analisando
aquele cão.
Ela me dizia: “Mãe, se ele parece bravo porque olha
pra gente tão querido e abana o rabo”?
Eu não sabia o que lhe dizer, então, disse somente: “Vai
ver que este é um caso filhinha, de que nem sempre o que parece é”!
Fomos dormir, mas antes de deitar, fui varias vezes
espia- lo na janela e toda vez, ele muito atento percebia a minha presença e
feliz abanava o rabinho... queridinho!
Demorei a dormir, precisava achar imediatamente um
lar, caso não conseguisse localizar seu dono, meus pais não iam querer ele, por
muito tempo ali.
Acordei atrasada pra pegar a lotação (nesta época
trabalhava na creche o dia todo em Videira e nos finais de semana cursava
faculdade na cidade de Caçador)
Mas antes de sair fui vê- lo, estava dormindo todo
enrolado, levantou a cabeça e mesmo mostrando os dentes, me olhou
carinhosamente. Eu cochichei pra ele: “Você é o ‘simpático mais estranho’ que
eu já conheci. Tchau bonitão, se comporte e ate de tarde”!
E sai correndo ate o ponto de ônibus.
Na creche, não tinha sossego, não via à hora de
chegar em casa e começar a tomar providencias para achar seu dono ou alguém que
o adotasse.
Quando retornei pra casa, vi de longe ele deitado
no gramado. Apesar de ser muito esperto e atento não levantou a cabeça, pra me
ver chegar...
Algo estava errado, apurei o passo e desesperada vi
porque ele não reagiu quando me aproximei, para o meu espanto e tristeza, estava
morto, com dois ou três tiros na cabeça.
O susto que levei foi tão grande, que senti as
pernas tremerem, falta de ar, tontura, mil perguntas em segundos passaram pela
minha cabeça e em mil pedaços estava meu coração!
Porque alguém faria isso? O que aconteceu enquanto
estive fora trabalhando? Porque mataram ele?
Aos berros entrei em casa, querendo saber quem tinha
ASSASSINADO aquele cão, de maneira tão covarde.
Minha mãe mandou eu me acalmar que ela me contaria
tudo.
Estou muito curiosa para saber o final desta história! Eu acho que nesta época eu não morava aqui.. pois não lembro deste cachorro.
ResponderExcluirEspero que você poste logo a segunda parte!
Beijos.. te adoro!
Gio
Gio minha querida amiga...realmente nesta época você não morava aqui, ate hoje choro de raiva quando conto esta historia. Talvez ate algumas pessoas possam se ofender, apesar de não citar nomes, sei que muita gente sabe de quem estou falando, mas não me importo, porque não conto nada mais do que a cruel verdade dos fatos que envolvem a morte do cão Max!
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