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sexta-feira, 6 de abril de 2012

MAX o cão com lábio leporino (Parte I)


Quando "por ventura", no final deste mês de março de 2012, chegou até minhas mãos, a cópia da lista do abaixo - assinado, (pra acabar com minha casa- de- passagem), movida por um casal de vizinhos maldosos, que não gostam de bichos e mesmo cientes do meu trabalho voluntário em relação a animais abandonados, compraram um lote, localizado exatamente no meio da quadra em que vivo, desde que nasci.
Analisando a caluniosa lista, com trinta assinaturas (fiz questão de contar), onde a maioria nem meus vizinhos são, uma delas me fez recordar a triste historia de um cão.
Foi no ano de 2003, em uma noite chuvosa que ele do nada apareceu, causando muita confusão em minha casa.
Gubi dormia aconchegado na sua casinha, protegido da chuva, quando um cão enorme, com coleira e uma corrente arrastando, entrou no nosso pátio. Gubi mesmo pequeno, não se intimidou e partiu para a briga, defendendo seu território.
Da cozinha ouvimos a algazarra, meu pai saiu correndo pra ver o que estava acontecendo e acabou entrando assustado, com o tamanho do cachorro que Gubi estava enfrentando.
Jogando água, conseguiu separar a briga e tratou de trancar Gubi num velho paiol, que tinha na minha casa.
O cão corria pelas ruas de um lado para outro, totalmente perdido coitadinho. Era um Boxer, muito bonito, forte, bem cuidado.
Mas seu fuço era estranho, seus dentes ficavam totalmente a mostra o tempo todo, o que mesmo não sendo, lhe dava uma aparência de ser agressivo. 
Na hora, não sabia exatamente o que fazer, queria cuidar dele, mas achei que sozinha não conseguiria. Resolvi então ligar a um amigo, que na época era policial, pra me ajudar a pegar o cão.
Contei a situação, ele prontamente me atendeu e não demorou chegou a minha casa.
O cão todo faceiro foi ao encontro dele e eu não consegui evitar o riso ao ver a cena: Assim que desceu da viatura, o Boxer correndo, pulou em seu peito, meu amigo é baixinho e o cão ficou mais alto que ele (mesmo jurando que não, tenho certeza que na hora meu amigo “gelou” mesmo).
O policial conversou com ele e pegando a ponta da corrente, o prendeu na antena parabólica que fica na frente da nossa casa.
Decidi mesmo com minha família contra, que ele ficaria ali ate eu localizar seu dono ou achar um lar pra ele. Meus pais na hora não queriam, mas depois concordaram de deixar ele preso lá.
A Nicole, depois do susto e o medo que sentiu ao ouvi- lo brigando, com nosso amadinho Gubi, ficava na janela olhando pra ele... na verdade ficamos um tempão como duas bobas admirando e analisando aquele cão.
Ela me dizia: “Mãe, se ele parece bravo porque olha pra gente tão querido e abana o rabo”?
Eu não sabia o que lhe dizer, então, disse somente: “Vai ver que este é um caso filhinha, de que nem sempre o que parece é”!
Fomos dormir, mas antes de deitar, fui varias vezes espia- lo na janela e toda vez, ele muito atento percebia a minha presença e feliz abanava o rabinho... queridinho!
Demorei a dormir, precisava achar imediatamente um lar, caso não conseguisse localizar seu dono, meus pais não iam querer ele, por muito tempo ali.
Acordei atrasada pra pegar a lotação (nesta época trabalhava na creche o dia todo em Videira e nos finais de semana cursava faculdade na cidade de Caçador)
Mas antes de sair fui vê- lo, estava dormindo todo enrolado, levantou a cabeça e mesmo mostrando os dentes, me olhou carinhosamente. Eu cochichei pra ele: “Você é o ‘simpático mais estranho’ que eu já conheci. Tchau bonitão, se comporte e ate de tarde”!
E sai correndo ate o ponto de ônibus.
Na creche, não tinha sossego, não via à hora de chegar em casa e começar a tomar providencias para achar seu dono ou alguém que o adotasse.
Quando retornei pra casa, vi de longe ele deitado no gramado. Apesar de ser muito esperto e atento não levantou a cabeça, pra me ver chegar...
Algo estava errado, apurei o passo e desesperada vi porque ele não reagiu quando me aproximei, para o meu espanto e tristeza, estava morto, com dois ou três tiros na cabeça.
O susto que levei foi tão grande, que senti as pernas tremerem, falta de ar, tontura, mil perguntas em segundos passaram pela minha cabeça e em mil pedaços estava meu coração!
Porque alguém faria isso? O que aconteceu enquanto estive fora trabalhando? Porque mataram ele?
Aos berros entrei em casa, querendo saber quem tinha ASSASSINADO aquele cão, de maneira tão covarde.
Minha mãe mandou eu me acalmar que ela me contaria tudo.
Indignada e estarrecida fiquei sabendo a forma absurda que ele morreu... que na continuação desta historia, terei a triste missão de contar!!

2 comentários:

  1. Estou muito curiosa para saber o final desta história! Eu acho que nesta época eu não morava aqui.. pois não lembro deste cachorro.
    Espero que você poste logo a segunda parte!
    Beijos.. te adoro!
    Gio

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    Respostas
    1. Gio minha querida amiga...realmente nesta época você não morava aqui, ate hoje choro de raiva quando conto esta historia. Talvez ate algumas pessoas possam se ofender, apesar de não citar nomes, sei que muita gente sabe de quem estou falando, mas não me importo, porque não conto nada mais do que a cruel verdade dos fatos que envolvem a morte do cão Max!

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