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segunda-feira, 11 de junho de 2012

SKIPPER e o mistério do portão (Parte Final)



Eram umas seis e meia da manhã, do dia 20 de março de 2012, quando estranhei os cães estarem latindo muito, levantei as pressas pra ver o motivo de tanto escândalo e encontrei um cão, porte médio, aparentemente bem cuidado, desesperado, amarrado no que resta de um portão, nos fundos da casa da minha mãe (que fica do lado da minha).
Me aproximei e ele pulava muito, querendo que eu o soltasse logo, nisso minha mãe, ouvindo a algazarra abriu a janela do quarto e no instante em que a vi, já deduzi que seu humor não estava dos melhores... “Não acredito que amarraram um cachorro aí... pode soltar e ele que volte pra casa dele, não chega os que tem aqui e a confusão que o vizinho arranjou por causa deles?”
“Mas mãe... se amarraram aqui é porque não querem mais ele de volta e...”
“Não quero nem saber... pode soltar ele, mas tão achando que minha casa é depósito de cachorro e... ”
Céus, o dia ia ser tenso mesmo... e não sei porque, acabei deixando me levar pela conversa de “jerico” da mãe e por impulso soltei ele...  um segundo depois já estava arrependida, imagina, soltar ele sem saber se era bravo ou não... eita, que burra eu fui!
Assim que ele saiu correndo todo faceiro, eu fui atrás que nem louca pra pegar ele de volta, já pensou se ele resolve arranjar briga, com o querido do Gubi (o cão mais velhinho da nossa casa, idoso mesmo, já esta com quase quatorze anos).
O cão saiu fazendo xixi nos canteiros e eu atrás chamando, tentando me aproximar, mas ele sempre correndo e muito desconfiado, dava umas olhadinhas pra mim e fugia novamente!
Quando consegui me aproximar e pegar ele, eu já estava com os “bofes pra fora” e precisei sentar num canteiro pra descansar e recuperar o fôlego.
Aproveitei pra fazer carinho nele e ganhar sua confiança, pra levar ele de volta pra casa e amarra-lo novamente!
Mas logo vi que era um amorzinho, peguei-o no colo e voltei pra casa.
Minha mãe ainda estava na janela e quando me viu com ele no colo resmungou algo que não entendi e fechou a janela com força... ai céus... 
Nessas horas odeio mais ainda os desgraçados que abandonam seus cães... custava pedir se eu podia ficar com ele? Mas isso é típico de gente infeliz que ta pouco se importando com os bichos, comigo ou com o que quer que seja!
Amarrei em baixo do pé de limão, pertinho do pé de jasmim onde fica o Black de dia e comecei a divulgar sua foto e história nos sites de relacionamento pra encontrar um bom lar pra ele.
Mas logo percebei que ele não estava bem, alem de ter algo estranho num dos olhinhos, começou a ter diarréia com sangue.
Liguei pro Gabi, mas infelizmente naquela horário ele não poderia vir, pedi ajuda então pra minha amiga que vende jóias. Ela veio ate minha casa e levamos o fofinho no meu veterinário de confiança, na cidade de Videira... tadinho, acabou ficando internado!
Estava com infecção gastrintestinal, provavelmente comeu porcarias por aí e seu olho é uma carne que cresce, disse o veterinário que é bem comum em cães, mandou que usássemos um colírio, que se continuasse a crescer, era preciso operar.
Dois dias depois teve alta, eu e o Gabi fomos buscar, quando viu a gente fez a maior festa e no carro vinha faceirinho, olhando pela janela...
Amarramos de volta no pé de limão, caso chovesse, poderia se abrigar embaixo da casa da minha mãe, até arrumarmos uma casinha pra ele.
A noite, como de costume colocávamos o Black dormir nos paninhos na garagem, mas quem disse que o  Skipper (nome sugerido por uma amiga muito querida) aceitou? Chorou a noite toda querendo o Black de volta.
No final de semana, o Gabi fechou mais uma baia do nosso canil (que esta em fase de construção) e trouxemos a Teca com seus cinco lindos filhotinhos (contarei a historia dela em outra ocasião).
O Gabi tinha feito mais duas casinhas para o canil, uma eu pintei com corações e trouxemos a Lobinha. Ela estava amarrada numa casinha que fica na parte de trás do lote da minha mãe. 
E a outra casinha com borboletas pra Teca com sua ninhada. 
Aí sobrou uma casinha pequena, que estava provisória no canil pra ZUZU e ANGEL (que já foram adotadas) e colocamos ao lado do pé de jasmim para o Black, que se “obrigou “ a ficar lá fazendo companhia pro chorão do Skipper... este por sua vez continuou no pé de limão, mas ganhou a casinha da Teca, de quando  ela  ficava amarrada no lote de trás... UFA que trabalheira...
Os dias, semanas e meses foram passando e Skipper numa boa com a gente, a espera de adoção. É um cão muito fofo e meiguinho, as vezes escapava, mas quando isso acontecia os outros cães latiam avisando e a gente, já ia atrás amarrar ele de novo. Estava cada dia mais amigo do Black, que ate aprendeu a ficar dentro da casinha (antes ele não entrava em uma de jeito nenhum...)
Num domingo ele fugiu e sumiu, passei horas procurando ele e nem sinal... até o Gabi falou brincando... ”Vai ver ele voltou pra sua casa...”
A noite ouvi os cães latindo abri a janela e vi ele em frente a casa da minha mãe. Fui la fora, quando me viu veio correndo no meu colo, ele é porte médio e muito forte, mas tem um jeitão de bebezão ainda... um amorzinho mesmo!
Amarrei, levei ração e água fresca, brinquei com ele e com ciumentinho do Black e entrei feliz... afinal o fofinho estava de volta!
Passado mais uns dias, já era escuro, minha mãe me chama. Quando saí la fora vi ela, uma mulher que mora na entrada de Iomerê e sua linda netinha, que deve ter uns cinco aninhos. 
Minha mãe disse: “Mônica, você nem imagina o que esta menina bonita quer...”
Me abaixei e peguei ela no colo (ela me lembra muito a minha Nicole quando era pequena) e falei: “O que será que esta princesa quer”?
Ela, com uma voz doce, falou: “Você me dá o meu Trovão"?
Sabe quando a gente fica perdida, sem entender mesmo o que alguém falou? Foi exatamente assim que fiquei...
Minha mãe então diz... “Mônica, acredita que o Skipper é dela"?
Sua avó então me explicou: “Minha netinha ganhou este cão, faz uns dois anos e a uns meses atras ele sumiu, procuramos mas não o encontramos, então achamos que alguém tinha matado ele, ate que domingo passado, ele do nada apareceu, minha netinha ficou muito feliz, mas a noite ele sumiu novamente... e hoje passando em frente da casa da tua mãe, ela gritou: "Vó olhe... é o meu Trovão...”
Contei para ela, que o encontramos amarrado no portão da casa da minha mãe, que estava doente e precisou ate ser internado. Deduzimos então, que quando ele fugiu da casa delas, se perdeu por aí e por ser muito queridinho, deve ter se “abancado” na casa de alguém, que por não conseguir mais “se livrar” dele resolveu amarra- lo no portão, porque sabiam que eu iria cuidar... eita... que loucura...
Mas é claro, são só suposições, na verdade, o que temos certeza é que ele sumiu da casa dela e apareceu na minha... o que aconteceu neste meio tempo, vai saber...
Mas o surpreendente disso tudo foi, quando perguntei, aonde conseguiram aquele cão tão querido e ela me disse o nome da mulher... céus... que loucura, aquele fofo, que pra nós era o SKIPPER, pra elas era o TROVÃO, na verdade era o DENGO!
Finalmente eu tinha descoberto o paradeiro do amado Denguinho, ele realmente tinha sido adotado e por sorte por uma família boa, com uma menininha linda que gostava muito dele...
Fui buscar ele emocionada, ainda não acreditava, eu estava com aquele fofinho que a uns anos atras, tinha me deixado tão apaixonada e preocupada!
Enquanto via ele faceiro, com sua família, sumindo pela rua, fiquei pensando em como a vida se mostra, todo novo dia, seja com grandes feitos ou pequenos detalhes, não importa, surpreendente sempre... infinitamente!

4 comentários:

  1. Surpreendente sempre..., acho que esta historia nao acabou...ainda. Que saudade do Skipper, Moni siga sempre tua intuicao, ela na erra, a razao erra. Beijos, Eliane, Skylar e Savannah

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    1. Verdade querida amiga.... acho q a historia dele não acabou... na ultima fuga dele qu
      e voltou aqui e ainda não vieram buscar heheheh... ele é um fofinho mesmo!!! BJo pra vc e suas princesinhas ♥

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