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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Uma mocinha independente chamada PENÉLOPE (Parte Final)


“Quem não se adapta fácil ao conforto e mordomia”?
É com esta pergunta que dou início a ultima parte da historia da Penélope.
Juro que não sei o que veio antes... a integração instantânea da nova vida dela ou a dominação total do território.
Confesso que não foi nada fácil para Crock (o cãozinho que ganhei do meu amor Gabriel) que já morava  dentro de casa com a gente, entender que, alem de dividir o espaço, potes, atenção...  teria que aceitar também o fato, que a “madame” a partir daquele dia, mandaria em  absolutamente tudo.
Brigaram e apesar dele ser maior, depois que apanhou da Pepê algumas vezes, finalmente compreendeu que a chefona agora era ela. O mais estranho disso tudo é a aceitação e o amor incondicional que ele tem, não fica longe dela por nada neste mundo.
Crock é bem barulhento e atrapalhado, mas em uma coisa estava sempre de parabéns: nunca fazia as necessidades fisiológicas dentro de casa... chorava na porta, esperando alguém colocar a guia e levar ele pra fora (nunca podia ir sozinho, porque se fugia, era uma loucura para pegar ele de novo) mas apesar de Penélope ir junto, raramente fazia lá fora, esperava entrar para sentir vontade... e nem xingar a danada a gente podia, porque se alguém falasse um pouco alto com ela, aonde estava, abaixava a orelhinhas e fazia xixi... é assim ate hoje, se não quiser secar pocinhas amarelas, não demonstre qualquer tipo de descontentamento, independente do que ela faça!
Os meses iam passando e ela apesar de ter aprendido a brincar com o Crock, nunca suportou o jeitão maluco dele se divertir e quando acha que ele está  “se passando”, seus olhinhos que são meio verdinhos, vão escurecendo rapidamente e pula de voadora nele, rosna tanto que o coitadinho murcha e para de brincar. Às vezes quando ela esta muito brava chega a fazer uns sons muito estranhos e aterrorizantes bem perto da orelha dele (parece o filme do exorcista)... “quiçá” as ameaças caninas que o coitadinho não ouve nessas horas.
Sabemos que é bullying que ela faz, mas já tentamos de tudo e não tem jeito... a brincadeira vai sempre ate aonde ela deixa ir...
Um belo dia, minha filha Nicole, resolveu pintar as unhas da Pepê de rosa néon e bem neste dia resolvemos aplicar a vacina de anti- cio (estávamos sem condições financeiras de levar castrar) só que ela era alérgica e a gente não sabia. Ligamos apavorados pro veterinário, ele não estava, então saímos como loucos, levar ela ate um conhecido do meu marido que é veterinário de gado.
Quando chegamos lá dava ate medo de olhar pra ela, toda cheia de pelotas, estressada e com aquelas unhas pink. Ele instruiu a gente a dar antialérgico e em questão de pouco tempo, ela estava ótima de novo.
Estávamos todos tão ocupados, eu sempre trabalhando muito na escola e o Gabriel dividido entre o trabalho e a construção da nossa casa (ao lado da casa da minha mãe) que quando percebemos, a Penélope estava no cio novamente.
Apesar de tudo que fizemos pra evitar, foi justamente na Páscoa, quando saímos todos de casa, que o Crock arrebentou a tranca do quartinho, onde ela estava presa. Algum tempo depois nasceram: Chamby, Benny e Melory, três doidinhos lindos, que apesar de serem aparentemente iguais ao pai são geniosos como a mãe.
Era tanto amor que não conseguimos pensar em dar eles e nunca os colocamos  para a adoção... estão com a gente ate hoje.
Quando a lavanderia da nossa casa ficou pronta, os bebezinhos já estavam desmamados, então os trouxemos pra morar nela, ate meu marido fazer o canil.
Dentro de casa estava uma loucura com todos eles, minha mãe brigava comigo todos os dias por isso... ainda mais que o Crock nunca gostou dos bebes, acho que toda sua  paciência, ele guarda só para sua amada.
Depois de mais de um ano e meio, finalmente nossa casa ficou pronta e para alegria principalmente da minha mãe, nos mudamos.
Foi feito cerca ao redor, mas mesmo assim Crock e Penélope continuam dentro de casa com a gente, podem entrar e sair à hora que quiserem, aproveitando toda uma liberdade que antes nem sonhavam.
Ela finalmente foi castrada o que é uma preocupação enorme a menos.
Penélope dorme com minha filha e o Crock com a gente, ela tem livre acesso ao nosso quarto, mas o Crock só pode entrar no dela quando ela permite... ficamos tristes por ele se deixar mandar desse jeito, mas não conseguimos brigar com ela nem mudar seu comportamento...
Sei que mesmo sem querer, alimentamos este gênio terrível dela e ajudamos a transforma- la numa monstrinha, que se irrita muito fácil e avança, principalmente quando alguém faz qualquer movimento com as mãos próximo a ela, senta no sofá muito perto quando esta dormindo, mexe em qualquer coberta ou lençol que ela esta em cima, paparica o Crock, atrapalha sua atenção na caça as pulguinhas, na maioria das vezes imagináveis (esta é sua maior paranóia) e ate de falar com ela docemente... mas a amamos tanto que nos acostumamos e a aceitamos exatamente assim: rabugenta, estressada, metidinha e muito mal- humorada.
Meu marido Gabriel, fez aos poucos, ao lado da casa, um canil com divisões, um espaço com gramado e ate parquinho. Ali ficam os três filhotes deles e os animais abandonados que recolhemos das ruas.
É um espaço todo coloridinho para eles brincarem, enquanto vivem  tranquilos e felizes aguardando a adoção, (nosso lar é uma casa- de- passagem).
E assim segue a vida da Penélope e da minha família, que é composta por mim, meu marido Gabriel, minha filha Nicole, Crock e rodeados no momento, por mais vinte e um cães, quatro gatas e seis galinhas de estimação.
E mesmo que muitas pessoas não nos compreendam, eu posso garantir a vocês, que é deste jeitinho, com latidos, lambidinhas, cacarejadas e miadinhos, que nós somos imensamente muito, mas muito felizes.

2 comentários:

  1. Adorei..fantástico...mais bonito do que qualquer história de gente

    Joselito Nardy Ribeiro

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    Respostas
    1. Joselito meu querido amigo... obrigado, fico feliz de ter você passando pelo meu blog... sabe terminar de escrever a historia dela me deu um alivio danado, pois não queria começar 2013 com esta historia inacabada...hehehe :D

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