As
princesinhas Missy e Wendy continuaram borralheiras, mas por pouco tempo, dias depois que as acolhi em nossa casa-de-passagem liguei pra um Pet Shop de uma cidade próxima (na minha não tem) virem
buscar as duas para um banhão decente e uma tosa maravilhosa e assim foi feito,
a tardinha chegaram as duas completamente
transformadas em belas princesinhas, não me contive e até chorei, porque realmente
não pareciam mais as mesmas: pelinho limpo e brilhante, lacinhos coloridos... céus, dava vontade de pegar no colo e não
largar nunca mais.
Elas
estavam “se achando” e, diga-se de passagem, não era pra menos... sabiam que
estavam lindas e aproveitavam este momento (provavelmente único em suas vidinhas), não andavam, nem corriam
mas sim desfilavam, com direito a paradinhas para as inúmeras fotos que tirei.
Mas
infelizmente por falta de espaço tiveram que voltar ao canil, não que isso seja
ruim, porque o canil que a gente fez para eles não é um lugar de luxo, mas é
limpo, sempre com água e ração à vontade e muito divertido (meu marido Gabriel fez
no pátio um parquinho para eles passarem o tempo e se exercitarem, eu e minha
filha Nicole pintamos tudo bem coloridinho, amo estar lá dentro com eles), porém a hora que entrassem portão a dentro com a turma toda de Patudinhos, logo
estariam descabeladas e sem os lacinhos.
Afinal
desde que foram aceitas pela turma e passaram pelas provas dos veteranos, com
direito desde a cheiradas inconvenientes no rabinho, latidos ameaçadores (quiçá
o que não falam entre eles nessas horas), perseguições sem fim no canil, mordidas
nas orelhas, um verdadeiro bullying, um ritual de aceitação que acontece com
cada um que entra no canil, pois cada adotado abre vaga pra mais um ser
acolhido no abrigo. Enfim, como eu dizia, desde que foram aceitas na “matilha”
passaram a ser amadas e respeitadas por eles e juntos se divertiam o dia
inteiro brincando de pega-pega, subindo e descendo da rampinha, rolando pela
grama e terra, numa felicidade sem fim.
Claro que sempre estou presente supervisionando cada animalzinho que entra, se a briga fica feia entro na hora no meio da confusão
pra separar, as vezes até eu levo umas mordidas, mas nada que em uma semana não cure.
Mas
apesar de felizes aqui, eu sabia que o lugar delas não era num canil, infelizmente
tem cãezinhos que parecem nascer para ficar dentro de uma casa, não que
todos não merecem isso, mas por experiência própria sei que cada um se adapta
de uma forma, um exemplo disso é o Gubi (cãozinho de estimação da minha filha
Nicole desde que ela era pequena), conseguimos que ele ficasse com a gente dentro
de casa ate os seis meses, depois ele não quis mais, chorava na porta o tempo
todo, então mesmo de coração partido acatamos sua vontade e ele passou a viver
lá fora no pátio.
Mas
com elas era ao contrario, quando iam a um pet pra serem tosadas ou eu dava
banho e segurava dentro de casa ate ficarem sequinhas (claro que com o Crock e
a Penélope, que são os dois cães que tenho dentro de casa, trancados dentro do
quarto, pois infelizmente não aceitam a presença de nenhum outro animal), eu percebia
o quanto elas gostavam do conforto de um sofá, a delicadeza com que subiam em
uma cama e se aconchegavam nela...
Por falta de lugar infelizmente não pude dar esta oportunidade a elas e la iam as duas de volta pro canil que em questão
de minutos já estavam descabeladas novamente. Os dias iam passando e a gente cada vez mais apaixonados por essas criaturinhas, mesmo sabendo que estava chegando a hora de pensar em procurar adotantes responsáveis para elas começarem novas historias e aventuras em suas vidinhas, não impedia dos nossos corações doerem de tristeza, afinal aqui em casa ninguém queria abrir mão de ver todos os dias a alegria contagiante dessas duas lindas e amadas princesinhas.
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