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quarta-feira, 11 de junho de 2014

CARAMELO, KAVITA e a Bendita Lanterna (Parte Final)

O dia seguinte amanheceu com "novidades"...
Ao abrir o site de relacionamento, me deparo com um recado gigante, com o logo imenso da minha cidade, aonde o casal “desabafava” minha situação! Confesso que isso me incomodou, porque quando contei era pra ser uma conversa particular e principalmente porque li mais que uma vez a palavra COITADA, nunca me vi assim, mas por ouro lado, se ofereciam pra ficar de olho em tudo que se relacionasse a animais na minha cidade e pensei: “Quem sabe estou sendo orgulhosa mesmo", como falaram na noite que vieram aqui....
Mas de uma coisa eu estava convicta, mesmo aceitando ajuda deles, continuaria a ser Protetora Voluntária Independente, (infelizmente a única na minha cidade a ter casa-de-passagem, aqui não tem ONG, nem canil municipal).
Enfim, deixei de lado as partes que me incomodavam do texto escrito e foquei na que os animais de minha cidade, teriam mais alguém a olhar por eles e apesar da pulga atrás da orelha, ate compartilhei o dito recado.
Mas logo de cara a coisa já não estava dando certo, o dia que combinamos de irem pegar a Kavita, ninguém apareceu e lá vem a mulher me incomodar de novo exigindo explicações, vai a idiota aqui mandar recado pra um, pra outro, até que finalmente foram busca-la..
Agora sim eu poderia ter sossego...(HUNF!... vai nessa de novo)... levaram a Kavita e cadê que cumprem o que tinham me falado, ou seja, que avisariam a mulher que ela tinha “morrido” durante  a castração.
Nesse meio tempo, houve a Ação Social e prol dos animais e eis que fico sabendo que anunciaram no microfone, durante o jantar que fariam um leilão pra me ajudarem e lá vai o "desabafo" da minha situação alto e bom som pra todo mundo ouvir... eita! (isso que tinham pedido pra gente não comentar com ninguém que nos ajudariam...)
O dinheiro que arrecadaram do leilão, a maior parte foi para a clínica onde quitaram a conta do Caramelo (gostaria de deixar bem claro que o dinheiro do leilão sobrado da conta paga, que disseram que me deram, eu NÃO RECEBI)
Claro que isso foi parar nas redes sociais e eles foram muito elogiados, afinal ELES quitaram a conta do Caramelo que estava em MEU NOME. 
Agradeci muito por isso, pois era uma preocupação a menos que eu teria, assim como fiz questão de agradecer cada pessoa que ajudou como puderam, pra ser pagar a conta daquele amado cão, seja com dinheiro ou compartilhando o album que fiz pra ele, assim como serei eternamente grata, pela família querida que o adotou.
Enquanto tudo isso acontecia, a mulher continuava a me infernizar, querendo saber cadê a DALILA? (Eita... pra mim vai ser eternamente KAVITA), pois ainda NINGUÉM havia lhe dado satisfação do que foi feito com a Pastor Alemão, (isso eu também estava achando um absurdo, ela apesar de tudo merecia uma satisfação, afinal o combinado era que, diriam a ela já no dia seguinte que levaram a Kavita de lá, que ela teria "morrido", só que não fizeram isso e quem tinha que aguentar a encheção de saco dela e das amiguinhas, mandando recados toda hora, era eu!!
Tentava falar com o casal, deixando recados e ligando no celular, pedindo que POR FAVOR, retornassem uma satisfação pra mulher que já estava ligando até pra parentes meus, exigindo explicações (sim, porque pra ela a "demonha” da historia sempre fui eu!)
Mas nada do casal se manifestar, (somente me disseram que a Kavita estava bem e já estava em uma chácara, (mas isso eu já sabia), o que eu queria, era que dessem uma satisfação pra aquela chatonilda, que me cobrava uma explicação.
Somente dias depois, o casal me autorizou dar o endereço do contato deles, na rede social pra  mulher se comunicar com eles e que seria avisada do ocorrido.
Ufa... já não era sem tempo, agora sim paz, poderia continuar minha vida e meu Trabalho Voluntário sossegada, pois muitos anjos ainda precisam de mim... 
Mais uns dias passam e certa noite, quando abro o site de relacionamento o que vejo? A mulher e suas "amigas" fazendo manifestações contra minha pessoa, exigindo explicações do que eu fiz com a DALILA (pra mim é KA-VI-TA!), uma delas que mora a “centenas” de km daqui chegou a cogitar o fato, que eu provavelmente tinha levado ela castrar em um carniceiro e que ela poderia até estar morta... céééus, era pra estar mesmo (no enredo da "historiada" que o casal inventou), mas cadê que deram satisfação pra mulher e suas fiéis “escudeiras"?
"PELAMORDEDEUS" que maldita confusão fizeram? Disseram que assumiriam o caso da Kavita, quando na verdade só pioraram a situação...
Nessa hora juro, eu surtei... que diabos fiz pra merecer tanto incomodo? Kavita querida, quem foi você em outra encarnação, que nessa preciso passar por isso pra te ver bem?
Comecei a ligar pro celular do casal, mandar mensagem,  liga e liga e NADA... não consegui entrar em contato com eles naquela noite de jeito nenhum... HUNF! Cadê esse bendito casal sorridente e simpático?
Dormi me remoendo de raiva... por que se meteram se não estão resolvendo nada? Por que não me deixaram ir com a Vigilância no outro dia tirar ela de lá e achar outro lar responsável, que não se importasse se ela estivesse gravida ou não? Afff... MALDITA LANTERNA!
No outro dia, pra ver se o casal  se manifestavam e cumpriam o combinado comigo, citei o nome deles no site de relacionamento, nos recados em aberto e pra mulher, expliquei novamente o que o casal me instruiu a fazer: "Que tinha conseguido a castração, mas que quem castrou estava agora responsável pela Kavita!", (Até hoje não me conformo por ter aceitado essa proposta descabida, deveria ter me virado sozinha como sempre fiz, maldita hora que aceitei ajuda...)
O casal finalmente se manifestou, escreveram pra mulher, que realmente tinham ficado responsáveis pela cadela, que levaram ela castrar (estava gravida sim, mas segundo eles, eram só umas “minhoquinhas”) e que ela estava bem e vivendo agora em uma chácara!
UÉÉÉ??? Ela não tinha morrido??? Essa parte da historia que eles inventaram e eles mesmos “desinventaram” não haviam me avisado! HUNF!... já pensou se eu, de saco cheio da mulher me aborrecer, falo pra ela que fiquei sabendo que a Kavita estava morta?? Imagina o rolo que eu me meter... "épacabá" mesmo...
A mulher, não contente com a explicação, em vez de discutir com ELES (já que segundo o casal, era pra eu estar a tempos fora disso tudo), continuava a me difamar... claro é mais fácil ofender um Protetor Independente do que uma ONG.
Sem contar que começou com um sentimentalismo barato, que todos na casa estavam tristes e sentindo muito a falta da DALILA, se apegaram tanto que estavam até ficando doentes de saudades... antes de alguém se emocionar e chorar com pena deles nesta parte da historia, deixa eu relembrar alguns fatos: Queriam adotar um PASTOR ALEMÃO MACHO para CUIDAR DO SÍTIO que já tinha sido assaltado, (vira-lata porte grande, nem pensar), levei uma FÊMEA PASTOR ALEMÃO, SUPOSTAMENTE GRAVIDA, exigiram a CASTRAÇÃO que eu prometi e NÃO CONSEGUI CUMPRIR, pois não queriam FILHOTES NO SÍTIO, NEM SE INCOMODAR COM CADELA NO CIO... cadê o bendito apego pela KAVITA?
Em que parte da historia toda, no pouco tempo que ela ficou lá, esta mulher demonstrou amor a ela? Agora que finalmente estava sem as “minhoquinhas” na barriga, ela se tornou fundamental e parte pra família? Conte outra... pra mim, ela com a KAVITA castrada teria então o que queira, uma bela espécime de Pastor Alemão que cuidaria do sítio e não traria incômodos com cio e filhotes e como estava com raiva de mim, porque sabia que eu não queria mais meu resgate com ela, jurou que faria qualquer coisa pra ter ela de volta.
Bem, tanto bate boca daqui e dali, no meu entender, diante do que pra mim e pro meu marido foi prometido, a mulher que fosse adotar outro cão se quisesse, porque a Kavita não voltaria mais lá, ficaria nesta chácara que estava, desde que foi castrada (que por sinal fiquei bem feliz, porque a dona ama e protege bichos também e eu sabia que melhor lugar ela não poderia ter encontrado) e fim de papo.
Mas... mais uma vez eu estava enganada... por trás dos bastidores a coisa fervia, a mulher com seu sentimentalismo de quinta categoria, as amiguinhas dela cutucando e mexendo os pauzinhos, eis que pego o lance de que talvez Kavita seria devolvida pra adotante grossa que me ofendeu.
Indignada, entro de novo em contato com  o casal... Céus, não aguentava mais isso, queria desistir, mandar tudo pro inferno, MAS NÃO ADMITO QUE ALGUÉM QUE ME OFENDE E QUEIRA DIFAMAR O MEU TRABALHO VOLUNTARIO, FIQUE COM UM RESGATE MEU! NÃO SABE RESPEITAR PROTETOR, NÃO MERECE O AMOR DE UM ANIMAL QUE POR ELE FOI ACOLHIDO.
Depois de muitas tentativas de entrar em contato com o casal, finalmente consegui e mais uma vez me tranquilizaram (isso tudo sempre pela rede social e raramente pelo celular, não atendiam, pessoalmente nunca mais), dizendo que realmente a mulher tinha ligado e queria a cadela de volta e bláblábá... mas que eles não devolveriam, ficaria nesta chácara que estava agora e era pra eu ficar em PAZ!
E fiquei... e estranhamente tudo ficou... a grossa da mulher se aquietou, suas amigas também, nem acreditava. Podia abrir minha rede social sem sustos e surpresas com recados desaforados, sem ligações pra minha família... mas confesso que isso me intrigava, algo no ar não cheirava bem...
Dias depois sonhei com a Kavita, que tinham devolvido pra mulher... acordei angustiada e por via das duvidas, resolvi mandar recados a varias pessoas que sabiam da historia e estavam de alguma forma ligadas ao meu tão preocupante e desgastante resgate. 
A mulher que agora estava com a Kavita, me respondeu que ela estava bem, (mas achei a resposta dela seca e estranha), o casal sorridente NÃO me respondeu, enfim fiquei praticamente no vácuo e com uma pulga do tamanho de um elefante atras da orelha.
Comentei com meu marido e minha filha minhas suspeitas e eles disseram que não devia ser nada, que eu estava me estressando a toa, pois imagina se depois de tudo que aconteceu, tanta confusão, eles iriam devolver pra ela.
A noite, resolvi entrar na rede social pra postar umas fotos da nossa casa-de-passagem e quase enfartei... vi a foto da minha amada KAVITA na página da grossa da mulher, tendo a cara de pau de agradecer a Deus, as “amigas” por ter finalmente conseguido a DALILA de volta pois uma pessoa desumana, mal amada, que carrega muita maldade no coração, queria impedir isso... (essa pra quem não percebeu sou eu ..aff) 
Nesta hora nem consigo dizer o tamanho da minha revolta, frustração e acima de tudo, da tristeza que senti... (a sorte desse povo é que sou uma Protetora contra violência, pois se eu fosse o Stallone, tinha pegado uma bazuca e feito uma limpa na região).
Indignada deixei recado pro casal, pra ONG (creio que os que fazem parte dela, nem estavam sabendo do que realmente estava acontecendo, mas deixei recado lá também, porque o casal respondia os recados através desta pagina) e pra mulher que ERA pra estar com a Kavita, (que ate então eu TINHA uma grande estima) exigindo explicações, afinal que PALHAÇADA toda foi aquela? Porque depois de tudo devolveram o MEU resgate pra grossa que só soube me infernizar e me ofender? 
Senhor do céu!!! Essa minha postagem, exigindo uma explicação deu tanto bate boca, que quem estava por fora e tentou acompanhar e entender, deve ate hoje tentando processar tudo que foi dito...
Resumindo o bate boca todo, a PORCARIA da explicação que me deram foi que: "Devolveram a Kavita porque a família estava sofrendo de saudades, que ela estaria bem cuidada lá e que não iriam prejudicar um animal pra defender uma questão pessoal minha com a mulher e fizeram questão de citar que a mulher de muita boa vontade PAGOU todos os custos da castração".
SÓ POR DEUS MESMO... que gente mais ignorante... Será que não viram o teatro todo da mulher e suas amigas? E gostariam que provassem em qual parte da historia eu FALEI que a Kavita estava sendo maltratada... isso NUNCA foi cogitado, ela sairia de lá por outros motivos que eu já estava cansada de explicar... e se era uma questão pessoal minha PORQUE DIABOS o dito casal simpático em nome da ONG deles se meteram na minha historia, na minha vida, no meu resgate se NUNCA os procurei pra isso?? Será que o fato da mulher "generosamente" ter se oferecido pra PAGAR a castração é que PESOU na escolha de devolver a Kavita?
E não contentes ainda, por terem me feito de idiota durante todos aqueles dias, ainda assistiram de camarote a mulher continuar me desaforando na foto da Kavita que postou. 
Tiveram também inclusive a OUSADIA de me ACUSAR de INTERESSEIRA, DESEQUILIBRADA, MAL AGRADECIDA, pois eu era uma INGRATA, afinal tinham ate PAGADO AS "MINHAS CONTAS" (referindo-se ao restante da conta que quitaram do Caramelo) e que eu podia CONTRATAR UM ADVOGADO pois iriam me processar..
ME PROCESSAR??? PORQUE??? Por cobrar uma verdade? Por tentar entender o que ganharam fazendo isso comigo?? Acharam que porque quitaram uma conta minha no Veterinário eu iria ficar quieta e não contar o desaforo que me fizeram?
Cada vez que lia os comentários escritos na minha postagem, ficava pasma, pois não acreditava que aquilo estava acontecendo... teve gente da ONG (e simpatizantes da mesma) que se ofenderam de tal forma, que mesmo não sabendo da missa a metade, escreveram coisas absurdas, teve até quem escreveu que eu estava cuspindo no prato que comi... EITA!!... A esta criatura, digo apenas que este prato que me deram e eu não pedi e que você insiste em dizer que cuspi (Afff... que ditado mais escroto) estou entregando agora novamente cheio (pois devolvi pra ONG o DINHEIRO do Caramelo), pra você lamber, (sim porque a ajuda que me deram QUE EU NÃO PEDI, que anunciaram pra todo mundo QUE EU TAMBÉM NÃO PEDI, na certa quem queria era você pra estar com tanta raiva assim de mim, mas não se preocupe, te repasso ele de bom coração, porque este PRESENTE DE GREGO não quero ver nunca mais!
Lendo todas aquelas asneiras, fiquei pensando... céééus quem essa gente pensa que é?
Aparecem do nada na casa da gente oferecendo ajuda pra terminar assim? Eu sendo uma TRATANTE (MAL AMADA) pela mulher e pra eles uma INGRATA, DESAFORADA que "DISTORCIA FATOS"?
Quero deixar claro, que contando esta historia é uma maneira de desabafar toda minha revolta (e também porque o meu Blog é feito com o intuito de contar minha vida com meus resgates), NÃO QUERO DE FORMA ALGUMA PREJUDICAR O TRABALHO DESTA ONG, QUE NA CIDADE DELES É IMPORTANTE, MAS QUE "PRA MIM" ELES (O CASAL) NÃO FORAM NADA COERENTES E ÉTICOS e por Deus, deles quero distancia...
Desejo de coração, que NUNCA um Protetor Voluntário Independente que SEDE SEU LAR PRA SER CASA-DE-PASSAGEM, precise passar por isso, que as pessoas revejam seus conceitos quanto ao que fazem e dizem, porque o nosso trabalho é MUITO IMPORTANTE, pois sem eles as ONGs pouco podem fazer, pois "PRECISAM" DE SEUS LARES PARA ABRIGAR OS ANIMAIS, JÁ QUE EM NOSSA REGIÃO NÃO TEM CANIL MUNICIPAL.
Ah... e se tem gente que acha que NÃO MERECE SER CRITICADA, muito menos eu OFENDIDA!!!
Pois pra mim, "QUEM ME AJUDA COM UMA MÃO E COM A OUTRA ME APUNHA-LA PELAS COSTAS, NÃO É DIGNO DA MINHA AMIZADE E CONFIANÇA!"
Hoje depois de tanto tempo de angustia em relação a esta historia toda, fico feliz em saber do quanto o Caramelo esta bem e desejando todo amor do mundo pra Kavita (mesmo estando num lugar que eu não queria).
E dou graças, por finalmente parte de meu coração estar em paz, pois CONSEGUI O DINHEIRO (cada centavo que não fui lá pedir) e DEVOLVER PRA ELES, que como não tinham argumentos pra se justificarem, do porque fizeram isso comigo em relação a Kavita, USAVAM o fato de ter pagado a conta do Caramelo pra ficar me jogando na cara o tempo todo e pra todo mundo ver o quanto eu era INTERESSEIRA E INGRATA, nem sei quantas vezes citaram que eu era DESEQUILIBRADA e com certeza agiram assim para TIRAR O FOCO da explicação que eu exigia deles.
Inclusive estou devolvendo a ajuda financeira que recebi de uma simpatizante da ONG, que fez questão de se manifestar nos recados e que também aproveitou pra me jogar na cara a ajuda que deu pro Caramelo.
Agora sim - "se sentindo de ALMA LAVADA" -
Afinal NÃO sou INTERESSEIRA, nem MAL AGRADECIDA, muito menos COITADA e DESEQUILIBRADA, sou uma apenas pessoa, que luta mesmo que só, para que as pessoas aprendam a RESPEITAR OS ANIMAIS E OS PROTETORES VOLUNTÁRIOS!      
Aprendi tanto com tudo isso, principalmente a olhar melhor nos olhos de quem entrego meus resgates e (infelizmente) a desconfiar de ajuda que aparece do nada (ainda mais se no meio disso tem uma LANTERNA).
Continuo firme na minha opinião: "QUEM OFENDE UM PROTETOR NÃO MERECE UM PINGO DO AMOR DO ANIMAL, QUE POR ELE FOI RESGATADO!
Enfim, esta é a historia toda, os que se sentirem ofendidos, deveriam ter pensado duas vezes antes de entrar de metidos nela e virar "personagens" nas minhas historias, pois TODOS os meus resgates, uma hora ou outra virão para este blog!
Quero deixar claro também pra quem não sabe, que não sou Protetora a um dia, um mês ou "UM ANO", mas a vida toda e tenho minha casa-de-passagem a mais de uma década... então, MAIS RESPEITO POR FAVOR!!!
Mesmo muitas semanas após toda essa confusão, apesar das enormes decepções e traições, NÃO ME SINTO UMA COITADA (como esta "gentarada" insiste em afirmar), mas sim ainda mais convicta que nada neste mundo vai fazer com que eu desista de acolher e encontrar ótimos lares pra esses ANJOS ABANDONADOS e que não vão ser: VIZINHOS, POLÍTICOS, PADRES, "CASAIS SIMPÁTICOS", FALSOS AMIGOS, ADOTANTES GROSSAS, DOENÇAS, DÍVIDAS FINANCEIRAS, que irão me fazer desistir desta minha luta diária, a qual considero minha missão neste mundo, que é: 
"DEFENDER OS ANIMAIS, SEJAM ELES DA ESPÉCIE QUE FOR!".
E fim de papo!
                       

Para conhecer mais sobre nosso Trabalho Voluntario, assistam este vídeo:

CARAMELO, KAVITA e a Bendita Lanterna (Parte IV)

Entre latidos e miados de felicidade, tudo transcorria normalmente em nossa casa-de-passagem.
CARAMELO cada dia mais lindo, amado e feliz em seu novo lar.  
Meu coração parece que explode de ternura e gratidão, quando vejo adotantes tão responsáveis e queridos com meus anjos resgatados.
Mas infelizmente, nem todo mundo reconhece o Trabalho Voluntário de um Protetor, pois nesse meio tempo, a mulher que adotou a KAVITA começou a infernizar minha vida, exigindo a castração que eu havia prometido e que não estava conseguindo.
Sempre aceitamos de coração qualquer tipo de doação para continuar nosso trabalho e nunca pedimos nada diretamente a alguém, postamos pedindo ajuda e as doações são sempre espontâneas, pois ajuda quem naquele momento esta podendo, seja com ração, potes, vermífugos... e confesso que me sentia constrangida em ser direta e pedir ajuda com a castração da Kavita e é por isso, que a gente entendeu quando as pessoas se justificaram do porque não poderiam ajudar.
Somente uma das quais pedi ajuda foi meio seca, quando especifiquei o caso, disse que conhecia muito bem a adotante e me mandou dizer pra mulher, vender umas duas plantas das quais ela cultiva, que já pagaria a castração... achei muita grosseria e claro que eu jamais iria falar isso a ela, pois eu tinha prometido, mesmo sabendo que a adotante financeiramente poderia pagar tranquilamente se quisesse.
Os dias foram passando, até que chegou uma hora que a mulher me deu um ultimato e como eu não tinha mais pra quem pedir, educadamente expliquei a ela que eu realmente tentei, mas mão tinha conseguido, falei que estava com dificuldades de cuidar dos 25 animais que estavam comigo e que se realmente achava que a Kavita estava gravida (tinha acolhido ela durante o cio) era pra me avisar, pois se a gente castrasse aquelas alturas, já seria um aborto e sendo assim, se não quisesse mesmo ficar com ela (já que queria pra cuidar do seu sítio um PASTOR ALEMÃO MACHO), me dissesse o quanto antes, que eu não me importaria mesmo em pegar ela de volta, esperaria ela ter os bebes e mais tarde acharia casa pra todos, sem problemas.
Mas infelizmente, quando recebo o recado dela de volta, tive a maior surpresa e decepção, pois a mulher que ate então tinha se mostrado chata, cobrando direto minha promessa de castração, naquele momento se superou, sendo imensamente grosseira, disse que eu não tinha cumprido o prometido, que eu tinha me aproveitado da situação pra me PROMOVER com o resgate da KAVITA (que ela chama de DALILA) e já que era assim, ela mesma levaria castrar, mas iria contar pra todo mundo que costumava me elogiar, quem na verdade eu era!
ME PROMOVER COM UM RESGATE? MOSTRAR QUEM EU SOU?!?
Fiquei pasma ao ver o recado, pois não acreditava (sempre que entrego um animal pra adoção, deixo claro que se não der certo é pra me avisar que o acolho novamente) e ter que ler aquilo era o fim mesmo... depois de tudo que passei pra preservar a vida da Kavita, estar disposta a procurar novamente adotantes pra ela e seus possíveis bebes, afinal pelas atitudes da mulher, eu estava convicta que ela faria questão de me devolver. 
Simplesmente não entendia a atitude da grosseria da mulher, não quer mais o animal?? ME DEVOLVE!!!
Que absurdo... ter que que ser desaforada por uma pessoa, que não admitia que eu não tivesse arrumado a castração, porque não queria filhotes no sítio. 
Nessas horas que um Protetor desaba mesmo, porque ninguém sabe a realidade do que a gente passa pra salvar um animal em situação de risco, pra não ter nem se quer um pingo de compreensão e respeito pelas pessoas envolvidas.
Chorei de raiva e frustração e imediatamente liguei pra Responsável da Vigilância, (que juntas tínhamos levado a Kavita ate o sítio da mulher ), contei toda a historia e pedi se no dia seguinte poderíamos ir pega-la de volta, pois naquele lugar eu não deixaria mais de jeito nenhum. Por ser uma pessoa muito querida, humana e responsável, disse pra eu me acalmar que no dia seguinte bem cedo, resolveríamos a situação (quase morro de vergonha quando lembro), pois no momento que liguei, ela estava com a casa cheia de visitas, pois era a festa do seu aniversario (eu nem sabia), mas mesmo assim, pacientemente me ouviu e me tranquilizou.
Ainda com a cara desfigurada de tanto chorar (por mim teria ido ainda aquela noite tirar a Kavita de lá) escutei alguém batendo no portão, fui ver quem era e para minha surpresa (hoje diria decepção), vi que era um casal que faz parte de uma ONG, numa cidade vizinha.
Disseram eles que queriam uma lanterna emprestada, pra ver uma possível denúncia de filhotes abandonados entre Iomerê e Bom Sucesso.
Vim pegar a "bendita" lanterna e começamos a conversar... pediram como estavam as coisas, os animais e infelizmente acabei contando e desabafando mais do que deveria, relatei a historia da Kavita, meus problemas de saúde, financeiros e na dificuldade em manter nossa casa-de- passagem nos últimos tempos.
Eles sempre simpáticos, disseram que eu não precisava ser tão orgulhosa, que deveria ter avisado eles da minha situação (OBS: já havia em outras ocasiões sido convidada a fazer parte desta associação, mas por vários motivos, entre eles "evitar aborrecimentos", sempre preferi fazer meu trabalho voluntario independente),
Enfim, diante de mim e do meu marido, eles se mostraram indignados com a atitude da adotante em cobrar uma castração e ameaçar difamar meu nome e trabalho por não ter conseguido cumprir, me acalmaram e bolaram um plano mirabolante: "Disseram pra mim no outro dia, logo cedo, ligar pra Vigilância e dizer que não precisava mais ir no sítio e me instruíram a mandar recado pra mulher, dizendo que eu tinha conseguido castração, que um casal iria pegar a Kavita e este mesmo casal iria levar ela depois de castrada de volta.
Só que na verdade era tudo desculpa pra tirar ela de lá sem maiores confusões e disseram que, daquele dia em diante a Kavita iria pra um novo lar. 
Expliquei a eles que a mulher era grossa e que de raiva provavelmente iria querer a cadela de volta, pois além de tudo ela era uma Pastor Alemão lindíssima. 
Eles sempre sorridentes, confiantes e poderosos, me acalmaram dizendo que daquele dia em diante, a briga com a Kavita seria deles, pois concordavam comigo, que era inadmissível aceitar a atitude de ofender um Protetor, que infelizmente não conseguiu cumprir a promessa de castração, que estava disposto a pegar de volta o animal doado e achar um novo lar.
Disseram também que para evitar maiores incômodos, diriam que na hora da castração ela infelizmente teria morrido, assim a mulher pararia de incomodar, (essa parte me preocupou odeio mentiras, as pessoas sempre acabam descobrindo),  mas eu pensei, se é para o bem da Kavita e ver o nome do meu trabalho longe daquela mulher grosseira, quem sabe desse certo.
Depois de bolado o "plano infalível", convidaram eu e meu marido, pra ir com eles procurar os cães, mas infelizmente não os encontramos.
Quando vieram nos deixar em casa e devolver a “bendita lanterna” (ainda acho que a culpa disso tudo foi dela), eles comentaram com a gente, de uma Ação Beneficente que iam fazer em prol dos animais (eu até havia sido convidada pra vender ingressos, mas por questão de princípios e por ser Vegetariana não aceitei, pois não acho justo matar um animal pra proteger outro. QUERO DEIXAR CLARO QUE ISSO É UMA OPINIÃO PESSOAL MINHA, NINGUÉM É OBRIGADO A CONCORDAR!.
Enfim, parecia que o casal realmente haviam entendido a minha posição em relação a isso. Disseram que de alguma forma, iriam me ajudar com as dívidas financeiras que tinha na clínica onde levo meus resgates, (OBS: levo nesta clínica porque confio no trabalho deles, eu e os animais fomos sempre muito bem atendidos), pois ainda estava lá o resto da conta do amado CARAMELO.
Pediram também que a gente não comentasse com ninguém, que receberíamos alguma ajuda deles, (eu e meu marido, até nos questionamos mais tarde: "Porque será que não poderíamos comentar que nos ajudariam com a divida?" Chegamos a pensar que talvez, fosse pelo fato, de eu não ter ajudado com a venda dos ingressos e que os outros da ONG pudessem não achar justo ajudar nossa casa-de-passagem).
Quando foram embora, se despediram, continuamente sorridentes (nossa como foram simpáticos) eu corri na minha mãe, que mora do lado, contar a boa notícia, que finalmente dormiria em paz, depois de muitas semanas, desde que a Kavita apareceu e foi adotada, não precisaria mais me preocupar com a grossa da adotante, nem com palavra castração, pois o casal simpático que tinha saído da minha casa, resolveria tudo!!
Afff... QUEM DERA...
Bem verdade o ditado que diz" QUANDO A ESMOLA É DEMAIS, O SANTO DESCONFIA!".
Não sou santa mas deveria ter desconfiado... deveria!
Em casa fiz conforme me instruíram, mandei o recado pra mulher e pacientemente aguardei...

CARAMELO, KAVITA e a Bendita Lanterna (Parte III)

Era bem tarde da noite, em um domingo do mes de março de 2014, voltando da casa de minha sogra, ao entrarmos na rua que da acesso a minha casa, vimos em cima do canteiro de flores, na frente de um prédio em construção, três cães, o único que conheci foi o BARBUDO...
Cãozinho abandonado que os pedreiros deste prédio, encontraram perdido na estrada, pararam o carro e o acolheram, é uma historia linda e com certeza contarei em outro momento.
Comentei com meu marido...”Gabi, será que o pessoal da construção achou mais cães?”
Ele despreocupado falou... “Imagina, esses com certeza tem dono, vai ver que são dos pedreiros, um deles é Pastor Alemão, não parecem ser abandonados”.
HUNF... benditas e verdadeiras fossem suas palavras que me tranquilizaram, vim pra casa despreocupada... se eu soubesse o que estava por vir...
Amanhece o dia, quando estava indo levar o lixo, olho rua acima, vejo em torno de sete cães em frente ao prédio. 
Subi conversar com os pedreiros e descobri que o Pastor Alemão, era uma fêmea que apareceu abandonada e no cio.
Céus, não podia acreditar... voltei pra casa pegar a maquina e tirei fotos. Comecei a divulgar, quem sabe ela tivesse dono e só tivesse fugido.
Mas que nada, infelizmente era abandonada mesmo e cada dia que passava, juntava mais e mais cães ao redor dela.
Nem sei dizer quantas vezes tentamos pega-la... sim, TENTAMOS porque, como a população de Iomerê parece que vai enfartar quando enxergam cães reunidos, patas de barro nas calçadas e latidos de cães a noite, acho até que tem gente que ainda não sabe, que cio é um ciclo que dura alguns dias, uma hora passa e os cães voltam para suas casas, mas ao invés de terem um pouco de paciência e tolerância, afinal o animal não tem culpa, fazem um alarme que meu senhor... era gente ligando na Prefeitura reclamando do barulho deles, na Polícia, na Vigilância Sanitária e é claro na minha casa...
E mesmo com todos nós envolvidos tentando pega-la, não conseguíamos, era arrisca e estava com muito medo. Os animais ao redor dela não deixavam a gente chegar perto e começaram os avisos de ameaças de que muitas pessoas queriam dar um fim neles, nem sei como ela sobreviveu a tudo isso, pois a coitadinha e todos os outros foram jurados de morte umas mil vezes.
Pra piorar a situação, o prédio que ela resolveu se abrigar é perto da praça e entre os dois tem a avenida, imaginem o perigo, a toda hora lá ia ela seguida por seus inúmeros admiradores, correndo faceiros pela cidade.
Era tanta gente reclamando que em um único dia, vieram a Polícia, a Vigilância Sanitária,  os empregados da Prefeitura, todos tentado em vão pega-la, mas como a esperta não ia em um lugar onde pudesse ser encurralada, corria como louca pela avenida e espaços abertos e ninguém conseguiu pegar a fujona.
Eu e minha filha íamos todos os dias alimenta-los cheguei a levar um saco de ração para os pedreiros darem a vontade pra cachorrada (se não estivessem com fome, pelo menos não iriam em volta rasgar sacos de lixos). Deixei coleira e corrente pra ver se eles conseguiam pega- la, mas a danada ia para o prédio depois que os pedreiros iam embora, enquanto isso fazia tour pela cidade, sempre muito, mas muito acompanhada.
As semanas foram passando e eu não sabia mais o que fazer, levava comida duas vezes por dia, sempre com a esperança que ela aceitasse que eu não iria machuca-la, mas por já ter levado tantas pedradas e ser espantada aos berros pelas pessoas, se mostrava cada vez mais amedrontada e arredia.
Tirei foto de todos os cães que estavam com ela e ia divulgando na rede social, na tentativa que seus donos o reconhecessem e viessem busca-los.
E em uma dessas divulgações, aconteceu um fato que até me diverti, pois dois irmãos, ex-alunos meus, muito queridos por sinal, reconheceram o cão deles e vieram busca-lo a pé, no escuro, durante um temporal. Na volta, passaram na minha casa pra me contar o que tinha acontecido e rimos muito, disseram eles que enquanto corriam pela praça atras dele, do outro lado da rua estava terminando a sessão na Câmera de Vereadores e o pessoal que estavam saindo, assistiram os dois correrem como loucos pra pegar o cão, que tentava de todas as formas escapar e quando conseguiram pega-lo foram aplaudidos pelo pessoal que acompanhavam a hilariante cena. 
O bonito foi que o danadinho, estava tão acabado das festas que tinha feito nas ultimas semanas, que na hora de irem embora queria colo e não andava de jeito nenhum, engraçado que junto com a Kavita e os outros cães, ele era o mais bravo e ali, nos pés de seus donos parecia um bebezão fazendo dengo... 
Enfim, divulgando fotos descobri a maioria dos donos dos cães que acompanhavam a Kavita pela cidade, mas nem todos tiveram a sorte do cão do episódio acima, pois um deles, preto, lindo, já velhinho, que nem imaginava que era de uma amiga minha (moram fora do centro da cidade), apesar da família ter vindo tentar pega-lo não conseguiram e infelizmente acabou morrendo atropelado na avenida, quando me ligaram contando, chorei... tadinho, era bem mansinho, a família ficou muito triste pois gostavam muito dele.
Outro cãozinho que também estava abandonado, o MIGO e que uma moça estava cuidando, ate eu ter um espaço em minha casa pra acolher ele, fugiu uma noite pra farrear junto com a turma da Kavita e só voltou na casa dela pra morrer envenenado, (ouvi papo de que possa ter sido vidro moído na comida)...  enfim, seja qual for o motivo de sua cruel morte, quem fez isso vai arder no fogo do inferno!
As semanas passavam e nada de conseguirmos pega-la, teve um domingo que mais uma vez postei, pedindo calma pra população, eu nem dormia mais direito e toda manhã que a via pelas ruas eu pensava... “Céus, que milagre ela ainda estar viva"! No final desta mesma tarde, após verem meu recado postado, um casal muito querido de Videira e minha vizinha gente boa, se ofereceram pra me ajudar a tentar pega-la... mas quem disse que Kavita se entregaria assim tão fácil... era só ela ver a gente, fugia como louca.
Dias depois o cio dela foi passando, os animais voltaram pra suas casas, ficando apenas ela e o Barbudo e mesmo assim, nada de conseguir tira-la das ruas. Houve até pessoas que começaram a dizer que ela estava ficando agressiva e avançando em todo mundo... também pudera... a coitada foi perseguida pelos cães, pelas pessoas, sem contar as pedradas e gritos que ouviu, quando se aproximavam das casas.
Mesmo eu a e a Nicole indo trata-la todos os dias, poucas vezes ela me deixou passar a mão na cabeça, assim que eu tentava chegar mais perto, ela latia assustada e saia correndo.
A situação chegou a um ponto insuportável, a população cobrava das autoridades e de mim algo que precisava de paciência, não é bem assim resgatar um animal quando ele é arrisco.
Jurei que não deixaria que nada de ruim acontecesse a ela, eu seria capaz de qualquer coisa pra evitar a morte da Kavita.
Ela apesar de linda, ninguém até o momento, tinha se manifestado em adota-la caso fosse capturada. Numa dessas postagens que fiz, uma mulher me deixou um recado (muito mal dado por sinal), dizendo que “talvez” uma conhecida dela adotaria, caso a gente conseguisse pega-la.
Nesses mesmos dias, eu ate tinha falado com o Veterinário de Videira, pedindo se tinham algo como “dardo tranquilizante”, ele disse que não, mas se prontificou a vir com sua equipe tentar a captura. Mas eis que, a responsável pela Vigilância Sanitária (que também era uma das grandes interessadas em pegarmos ela, antes que algo de ruim acontecesse a coitadinha) veio falar comigo e contei que talvez tivéssemos um possível adotante. Fomos até o sítio desta mulher, que se dizia interessada, pois quem me deu a informação, se quer repassou endereço, ou telefone... e lá fui com uma fotografia da Kavita na maquina.
Este sítio fica numa cidade próxima a Iomerê, chegando lá a mulher viu a foto, disse que queria um Pastor Alemão, mas macho e que era pra cuidar do sítio, pois já tinham sido assaltados. Eu então me prontifiquei a achar ajuda pra castração, só então ela aceitou adotar a Kavita.
Voltamos, eu e a responsável pela Vigilância e combinamos de ir tentar pegar ela mais uma vez (pela milésima eu acho) e ela teve a brilhante ideia de pedir ajuda a um laçador de rodeio.
A tarde estávamos todos reunidos em volta do prédio, Kavita estava lá naquele momento, mas infelizmente o prédio por estar inacabado é cheio de espaços abertos e sabíamos que ela não teria dificuldades em fugir.
Depois de algumas tentativas, muita torcida, reza e mandinga o rapaz conseguiu finalmente laçar a fujona que estava nervosa e muito assustada, mas ele com jeitinho foi enrolando a corda no pilar do prédio, pra impedir que ela o mordesse, com muita paciência, foi se aproximando, depois de um tempo Kavita se acalmou e aceitou o fato de que ninguém ali queria machuca-la e acabou se rendendo pacificamente.
Ate hoje agradeço de coração a coragem deste rapaz, pois a gente não sabia como Kavita reagiria quando sentisse a corda no pescoço, meu maior medo era que ficasse brava e mordesse ele.
O rapaz depois que viu que ela não faria nada pra mim, me entregou e foi trabalhar (super atrasado). 
Kavita finalmente deixou a agressividade e o medo de lado e mostrou o quanto estava carente de amor, aproveitei fazer um monte de carinho nela, coisa que queria ter feito desde que comecei minha luta em resgatar ela das ruas.
Ficamos um tempão ali, eu, Kavita e a responsável pela Vigilância, esperando o funcionário que a Prefeitura autorizou pra vir buscar a gente e levar ela até o local onde seria  adotada.
Quando o funcionário chegou, ela se recusava a subir na parte de trás da caminhonete e com muita paciência finalmente nos arrumamos lá.
O sítio é distante daqui, estrada de chão e numa das curvas, ela acabou caindo em cima de mim, gostou do colinho, se ajeitou e fomos “conversando” a estrada inteira, enquanto eu enchia ela de beijos, coisa que tive vontade de fazer por semanas e ela não deixava. Aqueles momentos pra mim serão inesquecíveis, como é triste ver o que o medo faz nas criaturas mesmo elas sendo tão doces, mas na situação dela é mais que compreensível pois Kavita foi hostilizada pela maioria das pessoas da minha cidade... tadinha.
Chegando no local, a mulher veio nos receber, levamos ela no canil onde iria ficar presa por uns dias, pra se acostumar, recomendei que se cuidassem, até ganharem a confiança dela, pois animal assustado pode morder, mais que uma vez pedi que dessem muito amor a ela, pois estava carente e que eu daria um jeito de ver castração.
Vim embora completamente acabada, tenho problema de coluna e fibromialgia, tinha esquecido o óculos escuro, meu olho esquerdo é cego e por estar debilitado dói no sol, mas estava tão feliz ao ver Kavita bem e longe dos perigos do abandono, que tudo valia a pena... 
Bem, pelo menos era nisso que naquele momento eu acreditava, porque se eu sonhasse em tudo que ainda estava pra acontecer, juro pelo que é mais sagrado, aquele sítio seria o último lugar no mundo que eu deixaria um resgate meu... 
Mas o motivo disso eu só contarei na próxima parte desta longa “saga”...

CARAMELO, KAVITA e a Bendita Lanterna (Parte II)

Início da manhã o telefone tocou, era a Clínica Veterinária dando notícias do Caramelo e Pretinho.
Por sorte o Pretinho já estava de alta, o fato de mancar um pouco da perninha, era resultado de um possível atropelamento quando era pequeninho, mas nada grave.
Já as noticias do Caramelo não eram nada boas, seria necessário amputar a perna, fazer reconstrução do pintinho e castra-lo.
Mas uma das notícias me deixou de boca aberta, foi que durante os exames eles perceberam, que quando ele sofreu o acidente a ponta do pintinho também foi seriamente machucada, quando cicatrizou, o orifício fechou e vejam como é sabia a natureza, o corpo do Caramelo por conta, abriu outro orifício entre os testículos, pra eliminar a urina... um viva para as soluções estratégicas que um organismo pode encontrar pra sobreviver!
Pretinho teve alta e veio pra casa, logo foi adotado por uma família maravilhosa, hoje vive feliz e foi batizado de Scuby.
O querido do Caramelo foi submetido as operações, enquanto eu acendia velas e velas pro meu amado São Francisco...
Como estava em mãos de profissionais competentes e responsáveis, superou tudo, firme como um guerreiro, ganhava carinho de todos por lá e logo estava pronto pra ser liberado a voltar pra casa...
Eu continuava a postar as fotos atualizadas dele, pedindo ajuda nas redes sociais e graças a São Chiquinho, minhas orações eram atendidas. Muita gente ajudou e nem tenho palavras pra agradecer o carinho e apoio que recebemos de amigos, conhecidos e desconhecidos, cada um ajudando a sua maneira e diante do que podiam. A essas queridas pessoas vou ser eternamente grata, pois através dessas ajudas, havia conseguido pagar mais da metade da conta dele.
E foi através de compartilhamentos, que apareceu um casal muito querido e simpático interessados em se responsabilizar pelo Caramelo, até ficar bem saradinho e poder retornar a minha casa-de-passagem (não poderíamos ficar com ele logo que tivesse alta, pois teria que ir pra uma casinha na terra e a cirurgia como ainda não estava completamente cicatrizada poderia infeccionar).
Mas eis que mais uma vez São Francisco me atendeu, pois esta mesma amada família resolveu adota-lo. 
Fiquei emocionada, no dia que o Caramelo teve alta, pois ele e o casal passaram na minha casa para tratar da adoção dele. Neste dia matei a saudade daquele querido e tive o prazer de conhecer pessoalmente seus novos donos, que são pessoas maravilhosas, não se importaram nem um pouco pelo fato do Carmelo ter ficado deficiente (só com 3 patinhas), pois muita gente só quer saber de adotar animais sadios, “perfeitos” e principalmente filhotes, isso quando não exigem que sejam de “raça”, o que eu acho um preconceito descabido.
Eles me contaram que em casa, já tinham um cão, o NEGÃO e uma gatinha a PANTERA (também adotados), esperando pra conhecer seu mais novo amigo, céus, aquele anjo de cão não poderia ter encontrado família melhor pra passar o resto de sua vida.
Quando me despedi deles e do amado Caramelo, entrei e chorei (novidade!). Mais um anjo adotado, só coração de protetora sabe a imensa felicidade que sentimos é algo inexplicável, mas posso garantir que é uma sensação maravilhosa.
Dias depois a família postou fotos do Caramelo e do Negão, se divertindo somente como bons amigos podem fazer... a emoção tomou conta deste ser e me "debulhei" em lagrimas de felicidade.
Aquela noite com certeza dormiria tranquila, mesmo sabendo da dívida na clínica para pagar, mas isso não iria tirar meu sono, porque o amado Caramelo estava bem e eu sabia que tinha amigos que me ajudariam (quer dizer nem todos, infelizmente tem gente que ajuda pra beneficiar a si próprio, pra poder se manter em evidencia, mas infelizmente isso a gente descobre com o tempo) e que a clínica me conhecendo a tantos anos, saberia esperar, pois de uma forma ou de outra a gente daria um jeito, afinal pra nós o importante é ver esses anjos abandonados que sofrem nas ruas, invisíveis aos olhos de muitos humanos, ficarem bem, acolhidos e felizes, pois acreditamos que nada nem ninguém neste mundo, merece morrer sem conhecer o amor!
E falando em amor é aqui que começa a outra historia, o resgate da querida KAVITA.
Através dela aprendi muito, revi meus conceitos em relação a vida e repensando em tudo que aconteceu, percebi que depois de toda a confusão, não obtive inimigos, mas conheci a verdadeira face de muitas pessoas e como não gostei do que vi, mesmo tendo os mesmo objetivos que é o bem estar animal, me afastei definitivamente, pois graças aos céus sou uma Protetora Voluntaria Independente, com muito orgulho e nesta missão tenho o livre arbítrio de não precisar conviver, aturar ou aceitar pessoas mentindo pra mim e me ofendendo.
KAVITA... um anjo-animal que passou em minha vida pra deixar muito o que contar...

CARAMELO, KAVITA e a Bendita Lanterna (Parte I)

NOTA: Sempre senti o maior orgulho ao escrever minhas historias, com os anjos que resgato, pois amo cada uma delas. Criei este blog pra poder registrar as emoções que vivi ao lado deles. São historias verdadeiras, umas simples, outras complicadas, mas todas baseadas em fatos reais, pois acima de tudo neste espaço, quero gravar cada detalhe que esta guardado em meu coração, pra que fiquem registrados, mesmo quando o tempo e a idade insistirem em querer apaga-los da minha memoria. Nelas cito somente os nomes dos animais e meus familiares, mas infelizmente muitas vezes envolvem outras pessoas, as quais não divulgo nomes, mas as situações da presença delas, que é fundamental, afinal não vou esconder a realidade diante do que passei e passo a vida toda como Protetora e encobrir fatos pra poupar algo ou alguém, seria hipocrisia minha esconder partes do que realmente aconteceu, pois estaria acima de tudo mentindo pra mim mesma.
Também não pretendo com isso ofender ninguém (verdades ofende??), nem USAR meu Trabalho Voluntário pra futuramente me candidatar a NADA... cargo político, presidente de ONG, nem fazer parte de algo que tenha STATUS, meu único intuito é continuar seguindo NA MINHA o que considero minha missão: Proteger os animais que cruzam meu caminho, não importando a espécie.
Sei também que em todas as minhas historias tem erros de concordância, pontuação etc, não sou escritora profissional, apenas uma Protetora com a memória e o coração cheio de emoções vividas e que deseja eternizar-las em algum lugar...
Contar a historia do Caramelo e da Kavita é complicado, pois são dois resgates com dias, locais e diferentes situações, mas resolvi escrever as duas juntas, porque em algum momento, por desgraça do destino, elas de certa forma se unem, pois infelizmente envolvem as mesmas pessoas.


Em uma tarde, no mês de janeiro de 2014, estava me organizando pra fechar os patudinhos no canil, quando ouvi um ex-aluno me chamar... ”Profe, vim te avisar que na estrada entre Pinheiro Preto e Iomerê tem um cão atropelado, com a perna quebrada, que dá até para ver o osso...” 
Céus, que noticia mais triste, apesar de ser Protetora a vida toda, nunca consegui preparar e dominar meu coração, que fica angustiado diante dessas situações... minha cabeça em instantes começa a ferver, tentado pensar em tudo: ligar desesperada pro meu marido, como ir busca-lo?, Será que ainda esta vivo?, procurar o veterinário e o pior, aonde abrigar mais um em nossa casa-de-passagem, que sempre esta lotada...
Expliquei que não tinha como ir resgatar o cão naquele exato momento, ele então se prontificou pra ir busca-lo pra mim. Pouco tempo depois voltou dizendo que não o encontrou, deduzimos então, que o coitadinho deveria ter dono e já teria sido socorrido.
Mesmo assim à noite, quando o meu marido Gabriel estava voltando pra casa, pedi pra ele ir ate o local indicado e fazer mais uma busca, mas foi em vão, nem sinal do cão.
As semanas foram passando, mais animais sendo acolhidos e apesar de tudo, a rotina transcorria normalmente (exceto por uma dor de cabeça que me consumia à dias, maldita enxaqueca), até me ligarem avisando, que tinha um cão abandonado em frente a uma agropecuária.
Pedi que se pudessem fazer algo por ele por uns dias ficaria agradecida, pois estava sem espaço (tinha acolhido um cão pretinho e fofinho, que foi abandonado em Bom Sucesso e já estava com adoção certa, só não tinha entregado ainda, porque também mancava de uma perna e queria levar no veterinário antes de doa-lo.
Algumas horas depois o mesmo ex-aluno e sua namorada vieram de bicicleta até minha casa, seguidos por um cão magro, sujo, com os pêlos embolados e completamente manco de uma perna... dava para ver o osso exposto, mas mesmo assim muito lindo!
“Profe... acredita que este é o cachorro que vi aquele dia atropelado?”
Nem acreditei, coitadinho o estrago tinha sido grande, além da perna quebrada, dava para ver o pintinho dele completamente pra fora, a pele rasgada, apesar de já estar aparentemente sarado e milagrosamente sem bicheiras. Quanta dor não passou durante todas aquelas semanas? Onde ficou esse tempo todo? Como se alimentou? Essas perguntas até hoje estão sem resposta...
A cabeça latejava e eu mal consegui ficar em pé...
Minha filha Nicole começou a providenciar coleira e guia e juntas tentávamos pensar num local pra abriga-lo.
Com o canil lotado, iria ficar no lote da minha mãe, que é do lado da minha casa, que também já estava com muitos animais, naqueles dias estávamos com 24 cães e 3 gatas.
A Nicole carpiu embaixo de uma arvorezinha e colocamos uma casinha quebrada (a única disponível) apesar de saber que ele nem iria querer entrar nela. Voltamos pra rua para por a coleira e a guia nele e quem disse que o malandrinho queria vir... céus, foi quase uma hora pra convence-lo a nos seguir, como ele empacava e a gente tinha medo de pegar no colo que ele mordesse, fomos chamando-o com comida, cada passo era dez minutos de parada.
O rapaz e a moça que trouxeram ele, logo depois voltaram com um saco de ração, uma coleira e corrente novas, o que me deixou muito feliz, pois aceitamos de coração todo tipo de doação, ainda mais quando vem com tanto carinho.
A família da moça estavam passando na rua nesta hora e o pai dela veio ajudar a gente a prender bem ele, pra que não fugisse ou se soltasse e fosse brigar com os outros que estão ali. O lote na casa da minha mãe (onde acolho parte deles) é todo aberto, por isso é necessário amarra-los para evitar que briguem ou fujam e sejam atropelados.
As irmãzinhas da moça e do rapaz, também estavam andando de bicicleta e acompanhavam emocionadas o resgate daquele amadinho, pediram se poderiam chama-lo de CARAMELO, amei o nome e assim ele foi batizado.
A Nicole arrumou cobertinha, pote de água e ele deitado só acompanhava ela com o olhar, mas quando chegou com a comida, ele estava tão faminto, que mesmo com dificuldade se levantou e em instantes devorou tudo, tadinho.
Ele estava incomodado em se ver preso, fizemos um monte de carinho nele, pra se acalmar (não queria ficar amarrado) e quando viemos pra casa já estava escuro, ficamos rezando pra que não latisse durante a noite e agitasse todos os outros.
Levaria ele consultar somente na manhã seguinte, pois aqui na minha cidade não tem Clínica Veterinária.
Chegamos em casa e minha cabeça parecia que ia explodir, tentei mais uma vez tomar remédio, mas não adiantou, piorei, minha filha foi chamar meu irmão e me levaram no hospital em Videira (cidade próxima), onde fiquei internada em observação até o dia seguinte.
Voltei pra casa me sentindo melhor e assim que consegui, fui atrás do Caramelo, ligar pro veterinário, ver de carona, tirar fotos, divulgar nas redes sociais e tentar pedir algum tipo de ajuda, já que pelo visto o caso dele ia ser bem complicado e infelizmente nós não estávamos em condições financeiras de arcar com mais estas despesas.
Algumas das pessoas que visualizaram o álbum dele se prontificaram em ajudar, entre elas, uma alma abençoada da cidade de Videira, que deixou recado me avisando que se comprometeria em dar carona pro Caramelo ate o veterinário e assim fez. 
Veio ela, a família e até uma vizinha ajudar, estava garoando e nem se importaram em por aquele querido todo sujo dentro do carro, pedi se podiam levar o cãozinho pretinho que tinha vindo de Bom Sucesso para aproveitar a viagem, elas disseram que sim, corri para pega-lo e com o carro lotado, foram rumo ao Veterinário.
Avisei a Clínica que logo estariam chegando, eles como sempre, me acalmaram e disseram que assim que os examinassem, dariam notícias avisando.
Sentei no sofá e chorei... de canseira (a praga da dor de cabeça ainda não tinha sumido completamente) e felicidade, pois agora era só aguardar.
Mais um anjo machucado e abandonado acolhido e logo se tudo desse certo, ele estaria melhor, seria adotado por uma família do bem e que de alguma forma a gente conseguiria pagar o tratamento veterinário dele... mas, mal sabia eu que até isso acontecer, muitas coisas boas e ruins estavam por vir, fatos esses que serão contados na continuação desta longa historia...