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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A dor no olhar de um PORCO.

Ainda me vejo, aos seis anos de idade, sentada no degrau da escada na minha casa...
Era uma manhã muito fria, eu havia acordado cedo, naquela época não me importava em “madrugar”.
Estava comendo um pedaço de pão, quando ouvi gritos desesperados de um porco, levei um susto tão grande que meu coração parecia que ia saltar pela boca.
Os gritos não paravam e quando dei por mim, ele estava no quintal da minha casa, gritando e sangrando muito. Ele era enorme, escorria sangue pela perna dianteira dele, onde havia levado a facada, seu rabinho faltava um pedaço...
Um monte de homens gritavam e batiam nele e com muito esforço o arrastaram de volta na casa do vizinho para terminar de matar, mas não sem antes, meus olhos se encontrarem com os dele, em segundos percebi todo seu medo, sua dor e me deu um desespero tão grande...
Queria salva- lo, fugir com ele, não deixar que matassem aquele bicho enorme, mas tão frágil naquele momento...
Mas não pude fazer nada, levaram ele antes que eu pensasse em dizer algo, corri atrás da casa chorando  desesperada, morrendo de dó, tentei tapar meus ouvidos pra não ouvir aqueles gritos de dor, que parecia que não paravam nunca.
Passei dias com os gritos ecoando na minha cabeça, jamais esqueci. 
Meu quintal mudou, mas sempre que olho naquele local me vêm nitidamente àqueles olhinhos suplicando por socorro.
Eu era só uma criança e não pude fazer nada,  mas jurei que quando eu crescesse e me deparasse com aquele tipo de olhar novamente eu faria algo pra ajudar...
Este foi um dos fortes motivos em ser PROTETORA VOLUNTÁRIA... e me orgulho de poder acalentar olhares de angústia, dor e sofrimento, nos olhos de anjos- animais que por esta vida insistem em cruzar com os meus

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